O prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, afirmou nesta quarta-feira (27) que a implantação do projeto de mobilidade urbana, orçado em R$ 180 milhões, irá garantir um transporte coletivo de qualidade pelos próximos 20 anos. Ele apresentou o projeto aos técnicos da Caixa Econômica Federal que irão analisar a proposta antes de ela ser enviada ao Ministério das Cidades. A apresentação aconteceu na Superintendência Regional.
“Espero o apoio e a colaboração de vocês (técnicos da Caixa) porque este não é um projeto do Nelson Trad Filho, mas um legado importante para a cidade”, afirmou o chefe do Executivo.
“Foi feita uma análise tão rigorosa que no grupo no qual Campo Grande está inserido, o de cidades com até um milhão de habitantes, só nove tiveram seus projetos de mobilidade urbana aprovados pelo Ministério”.
Diretor da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Rudel Trindade Júnior, explicou que a concepção do projeto já foi aprovada pelo Ministério das Cidades.
Ele disse ainda que Campo Grande optou pelo BRT (sigla em inglês para Trânsito Rápido de Ônibus) - um modelo de transporte veloz, implantado inicialmente em Curitiba e que foi adotado em várias cidades brasileiras e também no exterior.
Por meio desse sistema, ônibus articulados ou biarticulados trafegam em corredores com canaletas específicas, nas vias onde houver canteiro central.
A implantação de um metrô de superfície foi descartada porque ainda não há demanda suficiente para viabilizar o investimento. “Precisaríamos ter demanda de 30 mil usuários na hora do pico. Hoje, o pico de demanda é de 5.000 usuários na linha que liga os terminais Aero Rancho, Bandeirantes e Nova Bahia”, explica.
Com o BRT, informou Rudel em entrevista ao site da Prefeitura, o passageiro levará menos tempo de viagem e poderá haver até redução da tarifa, porque será possível atender o mesmo número de usuário com menor quantidade de ônibus. “Os articulados ou biarticulados transportam o dobro de passageiros de um veículo convencional”, disse.
O projeto prevê a implantação de 58 quilômetros de corredores do transporte coletivo. Em alguns, os ônibus irão andar em uma faixa exclusiva e em outros no canteiro central, onde serão instaladas canaletas separando fisicamente a faixa dos ônibus das pistas reservadas ao tráfego de outros veículos.
De acordo com o projeto, as canaletas serão feitas nas avenidas Marechal Deodoro (entre o terminal Aero Rancho e a rotatória); Afonso Pena (da rua Guias Lopes/Shopping Campo Grande); Cônsul Trad e Gury Marques.
Serão construídos ainda quatro terminais (Cafezais, Parati, Tiradentes e São Francisco) e implantadas 41 estações de pré-embarque. Será montada uma central de monitoramento do serviço, além de uma sinalização com radares e câmeras de monitoramento em todo o trajeto. Também estão programadas intervenções viárias, como a construção de um viaduto na rotária das avenidas Gury Marques com Olavo Vilela de Andrade.
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