Ciclistas reclamam da estrutura das ciclovias de Fortaleza

Os principais desafios dos ciclistas são o número reduzido de equipamentos e a estrutura precária das ciclovias de Fortaleza, além da imprudência dos motoristas

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Fonte: O Povo  |  Autor: Aline Moura  |  Postado em: 25 de junho de 2012

Na Osório de Paiva há buracos, mato, lixo e lama

Na Osório de Paiva há buracos, mato, lixo e lama

créditos: ANDRÉ SALGADO

Ao andar por Fortaleza, não é difícil ver ciclistas se arriscando em meio aos carros, mesmo em vias com ciclovias. Principalmente quando estas não são encaradas como opção mais segura. Pelo menos, é esse o pensamento de Valmi da Silveira Alves, que se desloca diariamente pela avenida Osório de Paiva. Apesar da ciclovia no canteiro central da avenida, ele prefere mesmo é andar próximo ao meio fio. “A ciclovia não é totalmente segura”, afirma.

 

A decisão veio após presenciar acidentes com carros que perdiam o controle e caiam na ciclovia, que tem chão rebaixado. Já estudante Lorena Menezes, aponta a estrutura precária da ciclovia como o maior problema que enfrenta. Os buracos, o mato crescido, o lixo e a lama são os principais incômodos. Ela transita pela Osório de Paiva para chegar à escola. Como a ciclovia não segue por toda a extensão da avenida, Lorena diz que ainda precisa se arriscar em meios aos carros. “Os motoristas não respeitam. Eles xingam, buzinam e quase passam por cima”.

 

Experiência pelas ciclovias de Fortaleza é o que não falta ao educador físico Francisco Alexandre da Silva. “A ciclovia da Bezerra de Menezes é estreita, a da Osório de Paiva está sempre alagada e a da Washington Soares é a mais ampla”. Para ele, a insegurança da ciclovia da Osório de Paiva se deve ao grande desnível em relação à pista. Já o problema da Bezerra de Menezes são os obstáculos. “Tem mais postes e árvores do que espaço. Ainda tem ambulante no meio da ciclovia”, reclama.

 

Os ciclistas que circulam pela Washington Soares contam hoje com uma das melhores estruturas em ciclovias da Capital. Além de sinalização de trânsito e pintura no meio-fio, a ciclovia possui asfaltamento. “Antes era na base do cimento e esburacada. Agora facilitou muito”, conta o pedreiro Ivanildo de Almeida, que há oito anos passa pela via de bicicleta. Outro ponto positivo da ciclovia, para Almeida, é a presença de grades de proteção. “Já vi batidas. Se não fosse a proteção, tinha matado”, afirma.

 

Mesmo com problemas, quando aparece uma ciclovia durante o trajeto de um ciclista, já é de grande ajuda. O problema mesmo é quando o caminho não conta com nenhuma. Esse é o caso do fotógrafo Levy Mota. “O número de ciclovias em Fortaleza é insignificante e não oferece saídas. São tão poucas e em trajetos tão específicos que não aparecem no meu caminho”, reclama. Ele conta que resolveu pedalar até o trabalho há três anos, quando começou a se sentir incomodado com o tempo perdido no trânsito e com o estresse que sentia.

 

Segundo Mota, a imprudência de motoristas continua sendo o principal desafio dos ciclistas. “Nunca sofri nenhum acidente, mas escapei por pouco. Já fui trancado por ônibus ou por carro que furou a preferencial”. Por outro lado, o fotógrafo também aponta a postura de alguns ciclistas como problemática. “O ciclista também é regido pelo código de transito. Tem que respeitar tanto pela própria segurança quanto pelo coletivo”.

 

Conforme a assessoria da Secretaria Executiva Regional (SER) V, a estrutura da ciclovia da avenida Osório de Paiva passa por estudo. Após análise, serão tomadas as medidas necessárias. A assessoria garantiu ainda que, na próxima semana, a SER V executará serviços de capinação e pintura do meio fio na avenida. O Distrito de Meio Ambiente da SER V informou que o lixo no local é recolhido diariamente e pediu a colaboração da comunidade para não depositar lixo em lugares inadequados.

 

O quê

 

ENTENDA A NOTÍCIA

 

Fortaleza conta atualmente com 70,3 quilômetros de ciclovias, sendo 15,9 km em jurisdição federal, 15,5 km em jurisdição estadual e 38,9 km em jurisdição municipal. Com o Transfor, o número deve subir para 95 km.

 

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