A situação dos principais corredores viários está longe da infraestrutura necessária para uma cidade que será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Asfalto precário e cheio de lombadas, canteiros centrais quebrados, calçadas ocupadas e falta de sinalização são os principais problemas para quem depende dessas vias de grande fluxo diariamente.
Na Constantino Nery, via de tráfego intenso, motoristas imprudentes sobem o canteiro central para fazer o retorno. A infração de alto risco é comum no trecho entre as avenidas Darcy Vargas e Pedro Teixeira. Em frente ao antigo Estádio Vivaldo Lima, onde está sendo erguida a Arena da Amazônia, o pavimento cedeu ao peso dos carros e há lombadas no asfalto como ‘costelas’.
Na Avenida Djalma Batista, só uma faixa recebeu recapeamento e quase toda a via precisa ser pavimentada, mas os trabalhos ficam no tapa-buracos. A sinalização horizontal também está desgastada.
Em abril, o subsecretário da Seminf, Sérvio Túlio, afirmou que Manaus precisaria de 12 anos e investimentos de R$ 1,5 bilhão para ficar livre de buracos que tanto incomodam os motoristas nas 14 mil vias da cidade. De acordo com ele, a atual gestão municipal preferiu fazer a manutenção das ruas recuperando trechos pontuais.
Sem dar detalhes, a Seminf admite a existência de um estudo para os principais corredores viários receberem investimentos, inclusive com financiamento dentro de programas de mobilidade urbana do governo federal.
Na Avenida Grande Circular, zona leste, o comércio local toma conta das calçadas e praticamente impede a passagem dos pedestres, que são obrigados a caminhar pelas ruas. Além disso, o lixo produzido pelas lojas é despejado nas calçadas no final da tarde também incomoda e interfere na passagem de pedestres pelo local.
A falta de faixas de pedestres e as calçadas ocupadas incomodam a professora Tereza Pereira, 57, que trabalha nas proximidades há 16 anos. “A gente quase não consegue passar pelo local destinado a nós (pedestres). O problema é que as calçadas são ocupadas demais e não sobra espaço”, apontou ela.
Há dois meses trabalhando na esquina de um cruzamento da Grande Circular, a vendedora ambulante Sheila Santos, 23, disse que é comum presenciar acidentes envolvendo carros em alta velocidade. “Hoje mesmo vi um acidente. Os carros estavam em alta velocidade. Muitas vezes eles avançam o sinal em plena luz do dia e causam um acidente por besteira”, afirmou.
Em algumas vias de grande fluxo, a falta de contínuo serviço de reparos deixa o asfalto totalmente irregular. A Avenida Torquato Tapajós, zona norte, é um exemplo. “Se você não tiver um carro novo e bom, você anda por aqui como se estivesse andando em uma estrada de barro e esburacada. A diferença é mínima”, falou o industriário Henrique Colares, 29.
Há quem reclame da ausência de placas de identificação e orientação. “Para nós, motoristas iniciantes, é difícil saber para onde devemos entrar em determinada rua. Imagina como é para o turista que não conce e a cidade?”, destacou o universitário Jorge Almeida.
Conhecida como Estrada da Cidade Nova, a Avenida Max Teixeira, na zona norte, é considerada por muitos motoristas a melhor pista da cidade. Em boa parte do trajeto o não há a necessidade de se preocupar com a presença de buracos, por exemplo. O mesmo acontece com a Avenida das Torres, que liga a zona sul à zona norte, inaugurada em junho de 2010.
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