Se engana o belo-horizontino que espera ter um trânsito mais tranquilo nos próximos anos por causa das obras do BRT e as prometidas reforma do Anel Rodoviário e ampliação do metrô. A estimativa está no Plano de Mobilidade Urbana, realizado pela própria BHTrans.
Segundo o levantamento, com a média de aumento de 9% da frota ao ano, será impossível melhorar o trânsito na capital daqui a oito anos. O estudo prevê que, mesmo com investimentos restritos no transporte público, a cidade terá, de cada cinco vias da área central, uma congestionada e outra com tráfego saturado em 2020.
O índice é mais do que o dobro do registrado em 2008, quando o Centro tinha 10% das vias congestionadas. “O trânsito vem piorando. E, ainda por cima, as obras estão causando um dano adicional”, afirma o gerente de Coordenação de Políticas Sustentáveis da BHTrans, Marcelo Cintra.
O cenário projetado no levantamento leva em consideração também a ocupação urbana nas áreas de entorno dos principais corredores de transporte público de massa. Sem essas habitações, em um cenário ideal, o trânsito no Centro terá 19% das vias congestionadas daqui a oito anos.
Transporte público é solução
Para especialistas em trânsito, a única solução para o fluxo de Belo Horizonte é o investimento em transporte público. “Única saída é melhorar o transporte público. E não só ter um metrô bom ou ter metrô e sistema BRT bons. Tem que ter rede cicloviária, BRT, metrô, boas calçadas, ônibus e VLT (Veículos Leve sobre Trilhos)”, afirma Marcelo Cintra, da BHTrans.
Segundo o especialista, a consciência do belo-horizontino também tem que mudar. “Às vezes, você muda um comportamento e melhora para todos cidadãos”, completa. “Tem que investir em tudo que é transporte público. E melhorar integração institucional e investimento no operacional da BHTrans”, diz Ricardo Medenha, diretor regional da Associação Nacional de Transporte Público.
Projeto prevê BRT na Raja
O mesmo estudo da BHTrans indica, no cenário ideal para o trânsito em Belo Horizonte, a implantação do BRT em diversas vias da cidade, como nas avenidas Raja Gabaglia, Nossa Senhora do Carmo e Afonso Pena.
A BHTrans já havia confirmado a intenção de implantar o sistema, de forma mais simples que o original, em algumas vias da capital. Nesses locais, os ônibus articulados não teriam faixa de ultrapassagem, por exemplo.
O levantamento propõe a implantação do BRT mais simples em avenidas de Belo Horizonte, como João Pinheiro, Amazonas e Cristóvão Colombo.
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