Há cerca de dois meses, um estudo realizado pelo Mobilize Brasil, portal da Associação Abaporu, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), revelou que a pior calçada do Recife é a da Rua do Hospício, citou ontem (18) a reportagem do jornal Diário de Pernambuco.
No cruzamento com a avenida Conde da Boa Vista, a calçada que serviu como centro de artesanato para hippies e rastafaris é hoje uma armadilha para os pedestres que passam aos tropeços no buracos, prossegue a matéria.
O vendedor ambulante Moisés Fernando da Silva, 32 anos, trabalha há oito anos no mesmo ponto, na frente da calçada esburacada, e conta que a calçada onde está o comércio ambulante fica quase toda hora lotada, já que as pessoas não querem se arriscar passando pelos buracos. “Antes, esse lugar era uma escadaria onde as pessoas ficavam sentadas conversando. Depois que os proprietários das lojas tiraram a calçada e colocaram grama, as pessoas vivem tropeçando e caindo”, afirmou.
O professor de história Alexandre Alves, 39, ensina em uma escola nos arredores da área e por isso passa todos os dias por lá. “Não faz sentido eles colocarem grama se as pessoas passam pela calçada. Claro que a grama vai morrer rápido”, sentencia.
No Recife, vigora a Lei de Edificações e Instalações que determina que a manutenção das calçadas seja feita pelo proprietário do imóvel, neste caso o proprietário da loja. No entorno de praças, parques ou em frente a prédios públicos, a conservação é dever da prefeitura.
Procurada pelo Diário, a assessoria de comunicação do estabelecimento informou que o processo de manutenção teria sido paralisado devido a problemas na regulamentação condominal, já que no local funciona uma galeria e que não há previsão para uma requalificação da calçada.
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