O mês de maio passado registrou um aumento considerável nas vendas de carros novos em Mato Grosso: 22,11% a mais do que em abril. Com isso, aumentaram os carros circulando na Capital e, automaticamente, os congestionamentos – que pioraram após o início das obras de mobilidade urbana visando à Copa do Mundo de 2014.
Os números, divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores de Mato Grosso (Fenabrave-MT), nesta semana, apontam que, no último mês, houve mais 9.934 emplacamentos em todo o Estado, sendo que, destes, 1.399 aconteceram somente em Cuiabá.
As vendas foram impulsionadas após o anúncio de medidas econômicas pelo Governo Federal, feito em 21 de maio. Um exemplo são os carros populares, com até mil cilindradas, de montadoras instaladas no Brasil, conhecidos como 1.0, que passaram de IPI 7% para zero.
De acordo com os dados da Fenabrave, em abril e maio, 2.480 novos automóveis passaram a circular pelas ruas da Capital. Esse número somou-se à frota de mais de 400 mil veículos que ocupam, diariamente, a tímida malha viária de Cuiabá, que, de acordo com um estudo realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), comporta apenas 100 mil veículos.
Apesar de a notícia ser positiva para a economia do setor, que já sofria com as quedas constantes na venda de veículos novos, o fato não é recebido com o mesmo entusiasmo pelos motoristas cuiabanos, que, diariamente, tem sofrido com longos congestionamentos pela cidade, tomada por interdições parciais e totais causadas por obras da Copa.
Caos no trânsito
Atualmente, a região central se tornou a mais cansativa para os motoristas, principalmente nos horários de pico, que hoje se estendem, por exemplo, das 17h às 20h em alguns pontos, como a Prainha e as avenidas Isaac Póvoas, Historiador Rubens de Mendonça (Av. do CPA), Fernando Corrêa da Costa e Coronel Escolástico.
Hoje, a Avenida Miguel Sutil, que era usada diariamente como rota por milhares de motoristas, já possui oito interdições – sendo três delas totais – para a construção de trincheiras e viadutos, além de obras de drenagem na pista. Com isso, os cinco mil veículos que trafegavam, por hora, na Perimetral, passaram a optar pelas vias centrais.
Com a emissão da ordem de serviço para que sejam iniciadas as obras de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Capital – o que deverá ocorrer na próxima semana, de acordo com a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) –, a situação deve se complicar.
Isso porque, por causa do cronograma apertado, o consórcio responsável pelas obras deverá dar início à obra em várias frentes de serviço, tomando conta das demais avenidas que hoje são usadas como rota pelos motoristas.
O VLT vai ligar a região do CPA ao Aeroporto Marechal Rondon e os bairros do Coxipó ao Centro da Capital, somando aproximadamente 23 km de trilhos. Com isso, as avenidas compreendidas nesse espaço também deverão sofrer bloqueios totais no trânsito, durante as obras.
Rodízio
Atualmente, ruas de bairros que antes não apresentavam fluxo intenso de veículos passaram a registrar um trânsito considerável, que aumenta conforme os motoristas passam a descobrir as chamadas rotas de desvio, apontadas pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos (SMTU) como alternativas para seguir, paralelamente, à Perimetral.
No entanto, mesmo com o tráfego demandando, a cada dia, mais paciência dos motoristas, o Município ainda não pensa em adotar o chamado “rodízio de veículos”.
Um dos empecilhos apontados pela SMTU é a falta de material humano e eletrônico suficiente para fiscalização do trânsito.
Por enquanto, a pasta continua apostando em medidas de educação no trânsito, na tentativa de disciplinar os motoristas cuiabanos.
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