Em 1999, o estudante de desenho industrial na PUC-Rio, Flávio Deslandes, apresentou como projeto final da graduação o primeiro protótipo da bambucicleta. A patente da invenção foi requerida em 2005.
Há 12 anos radicado na Dinamarca, Deslandes nem imaginava que voltaria ao Brasil pra treinar 15 comunidades beneficiadas pelo projeto Escolas de Bicicleta, que irão fabricar os quadros de bambu de quase 5 mil bikes.
A partir de junho deste ano, 4.600 alunos da rede pública de São Paulo receberam bicicletas feitas com bambu para irem à escola. A distribuição ficará sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação e os alunos receberão orientação para pedalar com segurança na cidade.
O designer carioca começou a pesquisar sobre a construção de equipamentos feitos de bambu em 1994, com a intenção de unir design moderno a materiais naturais. Até andadores para portadores de dificuldades motoras Deslandes chegou a projetar.
O bambu é 17% mais resistente do que o aço e tem a leveza do alumínio, sem os danos ambientais causados pela fabricação deste material. É flexível, resistente a trepidações e tem durabilidade maior que qualquer outro material. Se até Santos Dumont usou bambu para fazer seus primeiros aviões, por que não daria certo para fazer bicicletas?
As peças feitas de bambu para constituir o quadro são coladas com resina vegetal, tornando as bambucicletas um equipamento que esbanja sustentabilidade. Além disso, o bambu é abundante na natureza e não requer fertilizantes para o seu cultivo. E emprega mais de 2 bilhões de pessoas no mundo empenhadas no seu cultivo, coleta e transformação em outros produtos.
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