Consórcio é acusado de errar cálculo do VLT de Cuiabá

Denúncia apontando diferença (a mais) de R$ 341 milhões no custo do sistema vem do consórcio que ficou em segundo lugar na licitação

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Fonte: Mídia News  |  Autor: Laíse Lucatelli  |  Postado em: 05 de junho de 2012

O sistema de VLT se torna cada vez mais polêmico

VLT: polêmica sobre a obra continua no Mato Grosso

créditos: Reprodução

O consórcio “Mendes Júnior/Soares da Costa/Alstom”, segundo colocado na licitação para implantar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) em Cuiabá e Várzea Grande, entrou com recurso contra o consórcio vencedor, o “VLT Cuiabá”, na tarde de segunda-feira (4), informa o MidiaNews.

 

O consórcio vencedor também recorreu da proposta apresentada pelos segundo e terceiro colocados (consórcio “Tranvia Cuiabá”). Com isso, a situação do VLT de Cuiabá fica assim: dispõe de recursos, mas não há previsão de quando começarão as obras do novo sistema de transportes da capital matogrossense.

O principal argumento do consórcio que está em segundo lugar é que o vencedor teria errado no cálculo da planilha de custos, levando a uma diferença de R$ 341 milhões. O consórcio VLT Cuiabá propôs entregar o VLT à Secopa ao custo de R$ 1,47 bilhão. 

 

Agora, a Secopa vai notificar as empresas citadas, que terão um prazo de cinco dias úteis - ou até a próxima quarta-feira (13) - para apresentar a defesa (contrarrazões). Ao final desse período, a equipe de licitação vai avaliar se os recursos serão acatados ou não.

 

A assessoria da Secopa não informou a previsão de quanto tempo a equipe deve levar para chegar ao resultado final e definir o grupo que, de fato, implantará o VLT na Capital. Desse modo, não é possível prever quando começarão as obras do sistema de transporte coletivo para a Copa de 2014.

 

O secretário da Secopa, Maurício Guimarães, não atendeu e nem retornou as ligações da reportagem.

 

Erros na proposta

 

Segundo informou a assessoria do consórcio liderado pela construtora Mendes Júnior, o documento protocolado na Secopa aponta equívocos nas propostas comercial e técnica do vencedor do certame.

 

O segundo colocado alega que o consórcio vencedor cometeu uma série de erros na planilha de preços que, somados, derrubariam a proposta em cerca de R$ 341 milhões, de um total de R$ 1,47 bilhão. 

 

Para o grupo que ficou em segundo lugar, essas falhas são suficientes para desclassificar a proposta vencedora. 

 

A assessoria do consórcio informou, ainda, que “foram encontrados inconsistências e erros no cronograma da obra apresentado pelo vencedor, bem como graves problemas na habilitação técnica e atestações”.

 

Já o terceiro colocado, “Tranvia Cuiabá”, bem como o consórcio “Expresso Verde”, que foi desclassificado da licitação, não recorreram. 

 

A reportagem do MidiaNews também entrou em contato com a assessoria do consórcio VLT Cuiabá, mas, até a edição dessa reportagem, não houve retorno.

 

Confira a formação dos consórcios que foram alvo de recursos e os preços apresentados: 

 

Consórcio "VLT Cuiabá": proposta de R$ 1.477.617.277,15 
Formado por cinco empresas: Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda, Astep Engenharia Ltda. 

 

Consórcio "Mendes Junior/Soares da Costa/Alstom": R$ 1.547.152.071,95 
Formado por três empresas: Mendes Junior Trading e Engenharia S.A, Sociedade de Construções Soares da Costa, Alstom do Brasil Engenharia e Transporte. 

 

Consórcio "Tranvia Cuiabá": R$ 1.596.018.626,03 
Formado por oito empresas: S/A Paulista Construções e Comércio, Trans Sistemas de Transporte S/A, Isolux Projetos e Instalações, Corsán-Corviam Construccion S/A, Isolux Ingeneria S/A, Vossloh España S/A, Vossloh Kiepe, Vetec Engenharia.

 

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