Estudo lançado hoje (25) pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística traz dados preocupantes quanto à infraestrutura urbana implantada nas cidades brasileiras.
A pesquisa Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, feita com base no Censo 2010, revela que 20% das ruas não possui pavimentação, 31% das casas no país não têm calçadas no entorno e, quando têm, falta acessibilidade - neste item, apenas 4,7% apresenta rampas nas calçadas. Deste percentual, 8,6% das rampas acham-se nas cidades com mais de 1 milhão de habitantes. A acessibilidade piora à medida que diminui o tamanho do município, não passando de 2,7% em cidades com até 100 mil habitantes.
Para esta pesquisa, o IBGE analisou 47.264.208 dos 48.759.012 domicílios urbanos do Brasil, e verificou que 69% deles possuem calçadas. Outros dados apontados pelo estudo foram iluminação pública no entorno, presente em 96,3% dos domicílios, pavimentação (81,7%), e meio-fio (77%).
A pesquisa foi realizada no entorno de 96,9% dos domicílios particulares permanentes urbanos do País. Segundo o IBGE, não foi investigado o entorno dos domicílios onde não havia face de quadra identificada, situação comum em favelas e comunidades de baixa renda.
Serviços de limpeza
Ainda de acordo com o IBGE, os domicílios com maior índice de coleta de lixo também apresentaram os mais altos percentuais de iluminação pública (97,2%), pavimentação (83,7%), meio-fio ou guia (79,4%), calçada (71,4%), arborização (69,1%), identificação do logradouro (62,3%) e bueiro ou boca de lobo (43,1%) no entorno.
Rendimento mensal
Ainda segundo o estudo, o rendimento mensal domiciliar por pessoa tem influência direta nas características do entorno dos domicílios: na medida em que aumentavam os rendimentos, as casas apresentavam maiores índices de iluminação, calçamento e pavimentação, entre outros.
As casas em que a renda mensal per capita é de mais de dois salários mínimos apresentaram elevada proporção de iluminação pública (98,6%), pavimentação (94,0%), meio-fio/guia (91,3%), calçada (87,4%), arborização (78,5%), identificação do logradouro (76,9%), bueiro/boca de lobo (58,5%) e de rampa para cadeirante (12,2%). Além disso, essas áreas apresentaram baixa proporção de esgoto a céu aberto (3,8%) e lixo acumulado nas vias públicas (2,6%).
Na classe de rendimento de até um quarto de salário mínimo por pessoa, o estudo constatou que essas casas estavam em quadras que apresentavam 91,6% de iluminação pública, 61,7% de pavimentação, 56,8% de arborização, 55,7% de meio fio ou guia, 38,6% de identificação do logradouro, 45,4% de calçada, 20% de bueiro/boca de lobo e 1% de rampa para cadeirante. A incidência de domicílios com esgoto a céu aberto e lixo acumulado nos logradouros era da ordem de 24,9% e 8,2%, respectivamente.
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