Desde as 5h, centenas de pessoas aguardavam nos pontos de ônibus em frente à estação de metrô Corinthians-Itaquera na tentativa de chegar ao trabalho. Revoltados com a falta de transporte, usuários fecharam a Radial Leste, sentido centro, impedindo a passagem de carros e dos pouco ônibus que circulavam. A PM foi acionada e lançou bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes.
Assim que as bombas foram jogadas, os usuários atiraram pedras na polícia e atingiram alguns ônibus. O trânsito foi liberado parcialmente. Nos alto-falantes da estação, os avisos eram de que não haveria movimentação dos trens - por tempo indeterminado - entre as estações Corinthians-Itaquera e Bresser. Os ônibus disponibilizados pela prefeitura foram insuficientes e muita gente desistiu de ir ao trabalho.
A doméstica Sônia Alves Machado, 41 anos, é uma das que desistiu de ir trabalhar depois de ficar mais de 1 hora no ponto de ônibus na tentativa de entrar dentro de um ônibus. Disse que ia ligar para a "patroa" na tentativa de ter a falta perdoada.
"A gente se sente injuriada com tudo isso que passamos para ir trabalhar. Soube da greve ontem à noite, mas não sabia que o trem ia parar também. Estou aqui perdida, não sei o que fazer", disse, ao pedir informação a policiais militares que faziam a segurança da estação do metrô.
Com a chave da loja de tapeçaria na mão, na região central da capital paulista, o tapeceiro Valdir Siqueira Monteiro, 41 anos, não sabia como chegar ao trabalho, na região da avenida Paulista. Por volta das 5h30 da manhã, ele tentava uma condução para chegar ao local, sem sucesso.
"Não dá nem para ligar para o chefe a esta hora para dizer que vou atrasar. Hoje vai ser um dia difícil para todos. Não tem trem, nem metrô e os ônibus estão lotados. Até para quem vai de carro é difícil", diz.
O auxiliar de limpeza Gabriel Pires Lages, 50 anos, também disse não saber como ir para o bairro do Ipiranga, na zona sul da capital, para trabalhar. "Eu espero que o chefe entenda. Tá muito difícil sair daqui hoje", diz.
Para o varredor João Expedião da Silva, 53 anos, que trabalha no centro de São Paulo, o importante era chegar. "O pessoal já sabe da nossa dificuldade e pediu para que fossemos trabalhar, ainda que a gente chegue atrasado", disse.
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