Em 7 anos, Prefeitura de Manaus contratou R$ 65 mi em estudos não aplicados

Projetos e análises que não resultaram em ações concretas, consumiram milhões que poderiam ser aplicados em reais benefícios sociais

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Fonte: D24AM  |  Autor: Martha Bernardo  |  Postado em: 23 de abril de 2012

Projetos e análises não resultaram em ações concre

Projetos e análises não resultaram em ações concre

créditos: Divulgação

Nos últimos sete anos, a Prefeitura de Manaus investiu pelo menos R$ 65,5 milhões na elaboração de projetos que até hoje não chegaram a ser executados e estudos técnicos para as mais diversas áreas da administração que geraram quase nenhum resultado prático para a cidade, provocando gastos desnecessários aos cofres públicos.

 

Os estudos pretendiam embasar, por exemplo, a implantação de projetos como o Sistema Binário, que previa a transformção das duas principais avenidas de Manaus em vias únicas, sendo a Djalma Batista de percurso único no sentido bairro/Centro e a Constantino Nery retornando ao bairro.

 

Uma parceria entre a prefeitura, ainda na administração de Serafim Corrêa em 2006, e a Universidade de Brasília (UnB) tinha como objetivo criar novas vias de escoamento de veículos. Foi firmado um contrato no valor de R$ 30 milhões. Somente a implantação do Sistema Binário custaria R$ 20 milhões.

 

Em julho de 2007, Serafim Corrêa disse que eram necessários outros estudos para ‘aperfeiçoar a pesquisa da UnB’ e adiou a implantação da proposta. Com a mudança de administração, a execução do Sistema Binário foi adiada inúmeras vezes, sendo a última em julho de 2011. O sistema nunca foi implantado.

 

Em nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) informou que somente após a definição do sistema de mobilidade urbana, o Bus Rapid Transit (BRT) e o Monotrilho, é que poderá divulgar informações de como será a implantação do sistema.

 

Outro estudo envolvendo trânsito e transporte, solicitado pela administração municipal à UnB, em 2005, e que não foi aproveitado, pretendia definir as regras de participação das empresas de ônibus que iriam compor o sistema urbano da capital.

 

O município, por meio da antiga Empresa Municipal de Transportes Urbanos (Emtu), na época comandada por Tsuyoshi Miyamoto, também pagou à UnB R$ 1.990.853,23. Mas, após a substituição de Miyamoto, pelo hoje deputado estadual Marcelo Ramos, o trabalho não foi aproveitado.

 

O ex-prefeito Serafim Corrêa negou que a parceria com a UnB tenha custado R$ 30 milhões, mas não soube precisar o valor do contrato. Segundo ele, o único estudo feito pela instituição previa um sistema de ônibus integração que não foi implantado por rejeição da população. Ele também afirmou que o estudo do Sistema Binário foi feito apenas por técnicos da prefeitura.

 

Na administração de Amazonino, a prefeitura pagou, em 2009, R$ 14,9 milhões em mapeamentos para implantar a nova cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e integração digital das secretarias municipais, que ainda não têm data para valer. Devem ser gastos mais R$ 10 milhões em um segundo estudo que está em curso. De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Finanças (Semef), a previsão é que a cobrança comece a ser feita no próximo mês de junho.

 

Outro valor elevado, R$ 2.992.319,44, foi pago em 2011 à Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), pelo Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb), para a realização de reuniões e aplicação de questionários em bairros de Manaus. O objetivo era elaborar propostas para a revisão do Plano Diretor de Manaus.

 

Pouco, ou quase nada, se viu das reuniões. O Implurb não apresentou relatórios com os resultados dos questionários e até agora a proposta da prefeitura de revisão do Plano Diretor não foi encaminhada à Câmara Municipal de Manaus (CMM).

 

A atual administração gastou ainda R$ 2,5 milhões com um estudo para a implantação do BRT, que, até o momento, ainda não saiu do papel. A assessoria de comunicação da Seminf informou que não há data para a implantação do BRT e que a secretaria aguarda o envio do contrato pelo setor jurídico para a assinatura entre o consórcio e prefeitura.

 

Já a administração passada pagou para a Fundação Universidade de Brasília (Fubra) R$ 277.796,00 para a elaboração de Plano de Cargos, Carreiras e Subsídios (PCCS) dos servidores da Educação, rejeitado pela categoria.

 

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