A Região Metropolitana de São Paulo vai ganhar uma ciclovia para unir sete municípios – Guarulhos, Santa Isabel, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Ferraz de Vasconcelos e Suzano. O primeiro trecho será construído em Mogi das Cruzes, local com maior número de moradores que usam a bicicleta para ir ao trabalho, e deverá ficar pronto em 2014. Serão 13 km, ao custo de R$ 2,6 milhões, unindo universidades, pontos de ônibus e estações de trem.
Este primeiro trecho é planejado pela Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) e terá recursos da Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano do Estado de São Paulo. Ainda será construído em Mogi das Cruzes um estacionamento para bikes com mil vagas. O restante dessa ciclovia ainda não tem extensão nem custo.
“Primeiro, vamos fazer esse trajeto em Mogi, para tirar o projeto do papel e mostrar que é viável”, diz o secretário Edson Aparecido. “A ideia é que a ciclovia sirva de alternativa e de complemento para o transporte público, não apenas para lazer. Por isso vamos fazer nesta região, onde há mais pessoas que usam bicicleta nos dias da semana para chegar ao trabalho. Em Mogi são 7 mil viagens diárias de bicicleta. Com o primeiro trecho da ciclovia, acreditamos que serão mais 2,1 mil viagens de bicicleta, o que vai acarretar uma economia de R$ 1,6 milhão por ano em passagens de ônibus.”
Das 38,2 milhões de viagens diárias na região metropolitana, só 305 mil são feitas de bicicleta, menos de 1% – o restante é, a pé, transporte público ou carro. O Plano Cicloviário Metropolitano feito pela Dersa estudou os caminhos percorridos pelos moradores dos sete municípios e concluiu que os deslocamentos de bicicleta devem ser feitos em um raio de, no máximo, cinco quilômetros. Assim, a futura ciclovia metropolitana vai ligar estações de trem e terminais de ônibus com universidades e centros comerciais, para incentivar os deslocamentos curtos. A intenção é que, no futuro, as viagens de bicicleta sejam 4% dos deslocamentos feitos na região.
Cidades como Bogotá, na Colômbia, e Santiago, no Chile, adotaram ciclovias metropolitanas a partir de 1998. Na primeira, foram feitas cerca de 620 quilômetros de pistas e a participação da bicicleta no transporte público pulou de 1,6% para 5,8%. Em Santiago foram quase 340 quilômetros, o uso de bike passou de 0,6% para 5%.
“O importante na nossa região metropolitana é que os prefeitos já notaram a importância do plano cicloviário”, diz Edson Aparecido. “Todos concordam que é algo positivo, seja pelos benefícios no transporte ou mesmo na qualidade de vida dos moradores.”
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