O engenheiro civil Augusto Fernandes é um dos idealizadores do projeto “Calçada Consciente”, realizado em Goiânia.
Para criar o plano, que busca melhorar as condições das calçadas na capital goiana, o engenheiro desenvolveu uma ideia que integra acessibilidade, permeabilidade, reaproveitamento de entulho e arborização. “Se um proprietário não tem conhecimento nenhum de acessibilidade e materiais, como podemos esperar que ele faça uma calçada descente?”, disse o engenheiro ao programa "Cidades e Soluções".
Fernandes depende de uma cadeira de rodas para se locomover. Ele acredita que a primeira grande mudança que deve ocorrer é a percepção da sociedade, pois ela precisa se sentir mais responsável pelo bem urbano.
O conceito de “Calçada Consciente” sugere que somente devem ser plantadas nas ruas as plantas que crescem com raízes para dentro do solo. Desta forma, a vegetação não atrapalha a locomoção das pessoas e também não destrói o espaço em torno dela.
Além disso, as lixeiras precisam ter altura ideal para evitar que o lixo caia no chão e a coleta seja facilitada. Outro fator importante é que os materiais utilizados na construção da calçada devem ter a capacidade de resistir às chuvas. Neste sentido, o engenheiro também abriu uma espécie de caixa no chão que possui um tubo de 20 metros para a época de fortes chuvas. Esta caixa tem capacidade de retenção de quase quatro mil litros. Também foi criada uma área de infiltração que inicialmente terá capacidade de absorver dois mil litros de água, sendo uma das formas de evitar enchentes, alagamentos e abastecer os lençóis freáticos.
O projeto “Calçada Consciente” foi desenvolvido pela Consciente Construtora e Incorporadora e apresentado à prefeitura, no ano passado. A ideia é transformá-lo em lei, a proposta foi encaminhada à Câmara Municipal de Goiânia.
“A Calçada Consciente é mais larga, dando mais espaço ao pedestre; conta com rampas de acesso e não possui nenhum desnível ao longo do perímetro, o que facilita a mobilidade de cadeirantes e outras pessoas que tenham alguma necessidade especial de locomoção”, informa a construtora.
Com informações do G1.
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