Pedestres se tornam vítimas em Belém

A última semana registrou seis acidentes de trânsito envolvendo pedestres em Belém

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Fonte: Diário On Line  |  Autor: Da Redação  |  Postado em: 06 de março de 2012

Pedestres se tornam vítimas em Belém

Pedestres se tornam vítimas em Belém

créditos: Ney Marcondes

 

O risco ronda a maioria das grandes vias. Avenidas Pedro Álvares Cabral, Augusto Montenegro, Pedro Miranda, João Paulo II, Almirante Barroso e os 10 primeiros quilômetros da rodovia BR-316 são os mais perigosos. De acordo com o Departamento de Trânsito do Estado (Detran-PA), em 2010, 45% dos acidentes fatais no trânsito da Região Metropolitana de Belém envolviam pedestres. Para cada 100 habitantes em Belém, eram 22,7 veículos rodando, em 2011. A projeção do Detran é que essa taxa tenha aumentado para 23,5 no ano passado.

 

Na tarde de ontem, moradores da travessa Mariz e Barros, próximo ao canal da travessa Visconde de Inhaúma, onde um jovem morreu atropelado no último dia 26, fecharam a rua para protestar pedindo melhor sinalização no trecho. Segundo os manifestantes, o perímetro é arriscado para pedestres e ciclistas. Nelson Chagas é o pai da vítima e conta que a área tem um longo histórico de acidentes. “Aqui tem estacionamento dos dois lados, o ciclista não tem por onde passar e as calçadas são estreitas. Os carros correm, acabam atropelando quem passa por aqui”, relata. O menino Mateus César, 13 anos, já tomou um susto parecido. “Quase me atropelaram na porta de casa, aqui é perigoso”, diz.

 

O protesto com cerca de cem pessoas caminhou até a Avenida Duque de Caxias, pedindo justiça e clamando pelo olhar do poder público para a área que virou geradora de estatísticas. Enquanto isso, muitos outros pedestres escapavam de atropelamentos em diferentes pontos da cidade. Na Avenida Visconde de Souza Franco, por exemplo, é comum ver pessoas aguardando os ônibus na rua, na pista onde passam os veículos.

 

Márcia Soares, serviços gerais, estava parada no acostamento dos carros. Quando questionada sobre o perigo de ficar ali, logo recuou. “É verdade, é arriscado ficar aqui, minha filha sempre me alerta sobre isso, vou para calçada”, se redimiu. Mas o alerta não serviu para todos. Sávio Fernandes, motorista, atravessou fora da faixa de pedestres e ficou na rua esperando o transporte coletivo. “Perigoso? Para mim não, eu não acho”, respondeu.

 

Para Sabrina Costa, operadora de caixa, a sugestão é que haja uma faixa de pedestres próximo ao ponto de ônibus. “Aqui é perigoso de atravessar e de ficar na rua, mas o ponto é aqui e a passarela do canal também, podiam facilitar para a gente”, sugere. Na avenida Presidente Vargas, as imprudências continuaram. Emerson, motorista de ônibus, parou na faixa de pedestres com o sinal vermelho, mas garante que não foi por culpa dele. “Os carros ficaram parados atrás e não tive como parar antes”, justificou, admitindo o erro.

 

E mesmo para quem atravessa na faixa, é possível ser imprudente. Enquanto o sinal continua verde para os veículos, muitos pedestres aguardam na faixa, quando deveriam estar nas calçadas. Roosevelt Barbosa, auxiliar de escritório, diz que já fica na rua por costume. “Ficar aqui é arriscado, os carros passam pertinho da gente, mas a gente vê todo mundo fazendo e acaba indo junto por hábito”.

 

No Entrocamento, o problema é ainda mais crítico. Atravessar a rua pode levar muito tempo, já que o fluxo de carros é intenso. As três passarelas, que deveriam auxiliar os pedestres, não são utilizadas. Além de sujas e alagadas, elas viraram moradia de mendigos e ponto propício a assaltos. Lucirene Maria da Silva e o filho tentavam atravessar a rodovia, mas temiam um acidente. “Aqui é muito difícil de passar, é arriscado demais, só que naquela passarela eu não vou, lá em cima são só fezes”, reclama.

 

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