Nos estabelecimentos comerciais, não é difícil encontrar carros estacionados sobre elas – a reportagem encontrou um veículo da prefeitura para ilustrar essa situação.
Nos bairros mais tradicionais, a exemplo do Lixeira, as estreitas vielas dividem cena com calçadas ainda mais estreitas e “personalizadas” – os azulejos que revestem os quintais também são utilizados do lado de fora da casa.
Ao final do expediente, mal os comércios fecham suas portas, cachorros-quentes e “baguncinhas” montam mesas e cadeiras para entrar em atividade. Próximo aos pontos de ônibus, não existe hora certa para ambulantes e lanchonetes disputarem, com os passageiros, o local privilegiado.
Além da ocupação indevida do calçamento, as superfícies esburacadas transformam a caminhada rotineira em missão impossível. E se para a maioria a situação é crítica, para a minoria o desleixo significa risco de vida. É o que diz um funcionário de um dos trailers próximo ao ponto de ônibus da Avenida Fernando Corrêa, sentido Centro-Boa Esperança.
“Os cadeirantes têm que passar na frente do ponto de ônibus, beirando o asfalto, porque cadeira de roda não passa nesses buracos”, comenta.
Nesse ponto, um buraco chama a atenção: sequer é possível enxergar seu fundo. Os comerciantes do local improvisam um tapume, mas relatam que acidentes são comuns ali. “Tá uma tristeza bem triste”, conta um. “Já deve ter uns dez anos que esse buraco está aí, porque cheguei aqui ainda criança, e esse buraco já existia”, relembra outro.
Proprietário de um dos trailers há mais de 20 anos, Gaúcho, como é conhecido, defende que o relaxo é tanto dos comerciantes quanto da prefeitura. “Eu que “concretei” isso aqui, quando cheguei. Antes, era só mato”, afirma Gaúcho. “Não deixo lixo acumulado, estou sempre limpando, senão a coisa fica feia”, pontua.
Segundo o Código de Posturas da prefeitura de Cuiabá, a construção, preservação e manutenção do calçamento é responsabilidade dos proprietários de lote. Quanto à fiscalização, o coordenador de fiscalização de terrenos baldios da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Antônio Carlos Oliveira, foi enfático ao dizer que a prefeitura necessita da ajuda da população para denunciar. “Estamos notificando comércios que fazem ou modificam calçadas, com rebaixamento de ponto a ponto para o carro subir”, afirma. Questionado sobre o buraco do ponto de ônibus, o coordenador disse desconhecer a situação e informou: “Isso é de responsabilidade do dono do terreno”. O lote não está em atividade.
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