A discussão ganhou fôlego após a morte da bióloga Juliana Dias, 33, atropelada por um ônibus enquanto pedalava na via semana passada.
Responsável por projetos como a ciclorrota de Santo Amaro (zona sul) --o trecho do Brooklin já foi inaugurado-- a empresa TCUrbes propõe uma ciclovia ali. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), porém, afirma não ter esse plano.
O órgão diz que a via oferece risco às bicicletas e sugere caminhos alternativos, como as paralelas rua São Carlos do Pinhal e alameda Santos.
Já para a TCUrbes, a Paulista poderia ter a velocidade máxima reduzida de 60 km/h para 40 km/h. Com isso, diz, as pistas para carros poderiam ficar mais estreitas, abrindo espaço para a ciclovia.
Além disso, os ônibus ficariam no centro da avenida.
Especialistas consultados pela Folha aprovam, em geral, a ideia da ciclovia na Paulista, mas fazem ressalvas.
O planejador urbano Thiago Guimarães não concorda com a proposta de colocar os ônibus ao centro, pois os usuários teriam de atravessar a via para chegar à calçada.
Para ele, o plano deveria ser mais ousado e propor um sistema de VLTs (veículo leve sobre trilhos), pequeno trem urbano que é uma espécie de metrô de superfície, ou mesmo um "bonde" moderno.
Já o especialista em engenharia de transportes Sérgio Ejzenberg gosta da ideia de um corredor central de ônibus, mas avalia que uma ciclofaixa (quando não há separação física da pista) é mais indicada. "[Uma ciclovia] será tomada por pedestres nas esquinas, enquanto aguardam o sinal", avalia.
O urbanista Alexandre Delijaicov, da FAU-USP, diz que o projeto é "excelente", mas que iria além, deixando apenas duas faixas para carros --mesma opinião de Guimarães.
Ao todo, a cidade tem hoje pouco mais de 50 km de vias exclusivas para bicicletas (entre ciclovias e ciclofaixas).
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