Pouco a pouco, a cidade de Cuiabá vai avançando nas intervenções de mobilidade urbana para a Copa, com a entrega de algumas obras de trânsito prevista para o final de março.
Por outro lado, a menina dos olhos do governo de Mato Grosso, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) Cuiabá-Várzea Grande, começa a preocupar.
Embora a Secretaria da Copa em Mato Grosso (Secopa) tenha finalizado o anteprojeto do modal, conseguido aval da Caixa Econômica Federal para um empréstimo e esteja prestes a publicar o edital de licitação, os prazos começam a ficar apertados.
No ano passado, as datas divulgadas davam maior folga ao calendário mato-grossense. A Secopa havia prometido que o edital de concorrência estaria pronto até dezembro e o pontapé inicial das obras seria em março, ou seja, com previsão de entrega até três meses antes da Copa.
Hoje, os prazos acabaram postergados em aproximadamente dois meses cada, muito em função de problemas que forçaram o governo do estado a conduzir o processo de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos de forma mais cautelosa.
Como o caso do laudo técnico do Ministério das Cidades, que colocou o VLT em xeque na segunda metade do ano passado. Segundo reportagem do “O Estado de S. Paulo”, o documento que consolidava o projeto do metrô de superfície em detrimento do antigo projeto de BRT (Bus Rapid Transit) para a Copa havia sido supostamente adulterado para agilizar a manobra.
O episódio foi desmentido pela diretora do Ministério, mas culminou na demissão do chefe da pasta, Mário Negromonte.
Desde o fim de 2011, o edital de concorrência do VLT passou pelo crivo do Tribunal de Contas do Estado, da União e do Ministério Público Estadual.
O documento, convocando as empresas a enviarem propostas, deve ser publicado no próximo dia 6. A abertura dos envelopes está marcada para abril.
Como as obras respeitarão as normas do Regime Diferenciado de Contratações (RDC) –ou seja, a empresa vencedora da licitação será responsável por todos os estágios da obra, desde elaboração dos projetos básico e executivo até execução e gerenciamento–, o secretário da Copa em Mato Grosso, Éder Moraes, espera que daqui para a frente o VLT deslanche.
Após a publicação do edital, as empresas terão prazo de 30 a 40 dias para a apresentação do projeto básico. “O que não pode haver é um aumento do preço pré-estipulado, quando o vencedor do processo licitatório estiver definido", diz Moraes.
O prazo de construção do VLT é de 24 meses. Isso significa que, caso não haja atraso, o modal de R$ 1,2 bilhão estará pronto a poucas semanas do primeiro jogo do Mundial na cidade, no dia 13 de junho de 2014.
Corredor
Se o VLT ainda vai ser licitado, o pacote de obras no Corredor da Mário Andreazza está perto do fim. Iniciada em maio de 2011, a duplicação da ponte, por exemplo, está 85% concluída e deverá ser entregue até maio. Trata-se de uma importante ligação entre a cidade de Cuiabá e a vizinha Várzea Grande, sede do aeroporto internacional Marechal Rondon.
Já a reforma de 9,4 km da rodovia Mário Andreazza tem previsão de ser finalizada até o fim deste ano. Ao todo, estas obras somam R$ 32 milhões de acordo com a Matriz de Responsabilidades do governo federal, e estão dentro do prazo.
Além disso, algumas intervenções de desbloqueio, assim chamadas porque irão apresentar alternativas ao trânsito da cidade para quando as obras do VLT começarem, podem ser concluídas até o final de março.
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