Londres tem a segunda maior rede metroviária do mundo, com 402 quilômetros de extensão. Graças a um sistema integrado com metrô, ônibus e trem, e sinalização adequada em ruas e estações, já foi eleita duas vezes a cidade mais prática de se locomover, em pesquisa com turistas. Há com o que se preocupar durante a Olimpíada, que já concluiu quase todas as obras de infraestrutura?
Na visão dos envolvidos com os Jogos, sim. Existe um temor coletivo de que o transporte público, que tem demanda diária de 24 milhões de viagens, não dê conta de suportar os milhares de visitantes que a cidade britânica receberá – nos horários de pico da Olimpíada, o número de viagens deve aumentar em 12,5%. As previsões ponderadas estão na mesma proporção das apocalípticas.
Mais do que não causar transtornos, Londres-2012 não quer ficar marcada como um fracasso, como os Jogos de Atlanta, em 1996, exemplo de má gestão dos transportes pelos problemas de locomoção enfrentados por autoridades, atletas e espectadores, como Sebastian Coe alertou em recente discurso no Parlamento.
– O projeto da rota olímpica diz respeito à funcionalidade, não tem a ver com glamour. Vocês têm uma escolha: fazer essa cidade ser lembrada como Barcelona ou como Atlanta – afirmou o presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Londres, citando a Espanha como um modelo.
Nos oito dias em que a reportagem do LANCENET! ficou em Londres, no início de fevereiro, nada de anormal foi notado, apenas pequenos atrasos ocasionais, como se vê nos metrôs do Rio de Janeiro ou de São Paulo. Os trens tomados, inclusive, partiram no horário programado.
Outro problema a ser driblado é o trânsito, intenso nos horários de pico e difícil de ser desviado pelas ruas estreitas de Londres. Como incluir as faixas exclusivas para atletas e autoridades, um item obrigatório em Olimpíada, nesse cenário?
O aviso às autoridades é lido e ouvido todo dia em qualquer estação londrina: mind the gap.
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