Cerca de 30 ciclistas se reuniram na noite desta sexta-feira, 24, para um passeio do movimento Bicicletada Aracaju batizado como ‘Bicicletada do Chapéu’. Como forma de chamar a atenção para o problema da cidadania no trânsito, os integrantes do grupo pedalaram pelas avenidas Beira Mar e Tancredo Neves, na capital, usando bonés, chapéus e outros adereços na cabeça.
“Os chapéus são para descontrair, incentivar as pessoas a interagir e conhecer outras pessoas”, contou a participante Elisângela Valença. A irreverência não parou por aí, entretanto. Na cesta de sua bicicleta, Elisângela levava um bolo de chocolate e velas – o objetivo era ‘comemorar’ o aniversário de dois anos de um buraco localizado na ciclovia da Tancredo Neves. “Os ciclistas já tentaram até consertar o local”, informou Valença. Os manifestantes produziram também um vídeo de protesto sobre o buraco abandonado na ocasião.
No caminho, o grupo realizou uma parada em um sinal do cruzamento entre as duas avenidas para distribuir panfletos aos carros que paravam ali. Com isso, pretendiam alertar para dois pontos do Código Brasileiro de Trânsito – os artigos 220 e 201.
O 220 considera infração gravíssima deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânisto – estando aí incluída uma situação de cortejo, como no caso da Pedalada. Já o artigo 201 diz que é infração média não guardar distância mínima de 1,5 metro do ciclista que trafega na via.
“A bicicleta é um meio democrático, podem andar o pobre e o rico”, comentou um dos integrantes da Bicicletada Aracaju, Luciano Aranha, esclarecendo que o movimento sempre escolhe um tema para chamar a atenção das pessoas. “Com ela [a bicicleta], a pessoa acaba interagindo com o meio, com a cidade, com as pessoas”, afirmou.
No mês que vem, os ciclistas interessados poderão participar de pelo menos duas pedaladas coletivas. Uma delas é Pedal das Divas, voltado para o público feminino, que vai ocorrer no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Baseado no movimento Cycle Chic, o passeio vai ressaltar que a bicicleta é mais do que uma forma de exercitar e, funcionando como meio de transporte, pode ajudar a compor o visual urbano de quem quer aliar elegância a sustentabilidade.
O outro passeio é mais uma edição do Pedal pela Paz, que vai relembrar a morte do ciclista Rogério Esteves, atropelado em dezembro no bairro Coroa do Meio, em Aracaju. O evento acontecerá no dia 13 de março.
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