O exato ponto divisório entre as duas cidades ficará facilmente visível até o final deste ano. Na ocasião, é esperada a entrega de uma ciclovia no canteiro central da Avenida Nossa Senhora de Fátima, na Zona Noroeste, até a margem do limite geográfico vicentino.
Por outro lado, a conclusão das intervenções no lado santista da ilha de São Vicente é vista com apreensão pelos futuros beneficiados pelo equipamento. O temor é que milhares de ciclistas sejam jogados diariamente, sem as mínimas condições de segurança, na Avenida Antônio Emerick, a continuidade do principal corredor viário entre os dois municípios.
Pelos cálculos da Associação Brasileira de Ciclistas (ABC), aproximadamente 40 mil pessoas, por dia, trafegam de bicicleta pelas duas avenidas, que se interligam. Número que poderá triplicar, conforme projeções da entidade, após a conclusão das intervenções propostas pela administração santista.
“Se hoje já é tudo confuso, imagine quando tiver a ciclovia apenas em um trecho? Este espaço (na divida entre São Vicente e Santos) será um caos”, pondera o eletricista Francisco Jairo de Souza. “Chega a ser até engraçado ter uma ciclovia ligando o nada a lugar nenhum”, completa o pedreiro Sebastião dos Anjos Lima.
Atualmente, os ciclistas que se arriscam pelas avenidas Antônio Emerick e Nossa Senhora de Fátima dividem cada centímetro das faixas de rolamentos com veículos de passeio, ônibus e caminhões. “O que resulta em risco e mortes. Somente naquele trecho tivemos três óbitos no ano passado”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Ciclistas, Jessé Teixeira Félix.
A mudança desse cenário é esperada para o fim deste ano, com a entrega de 3,2 quilômetros de ciclovia entre a divisa com São Vicente até a Av. Martins Fontes, na entrada de Santos. A obra é orçada em R$ 6 milhões, provenientes do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade), órgão do Governo do Estado.
“A ciclovia da Nossa Senhora de Fátima”, diz Félix, “é uma antiga reivindicação. Mas, sem uma continuidade (no lado de São Vicente) será mais um obstáculo para os ciclistas, que não vão ter opção assim que chegarem ao fim da faixa exclusiva”.
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