No momento em que o prefeito Edvaldo Nogueira anunciava os primeiros passos para elaboração do Plano de Mobilidade Urbana para a capital sergipana, estudantes do Movimento Não Pago! se espremiam para fazer um protesto silencioso contra um possível reajuste da tarifa dos transportes coletivos.
Exibindo cartazes contra o novo valor pleiteado pela classe empresarial (R$ 2,52), os estudantes acompanharam o pronunciamento do prefeito, que em nenhum momento se dispôs a comentar a manifestação.
O estudante Flávio Marcelo Menezes informa que o Movimento tem apresentado grande crescimento com a adesão dos trabalhadores, especialmente por meio dos sindicatos. Aos presentes, os estudantes distribuíram panfletos em protesto ao aumento da tarifa. “Sabemos que a situação do transporte está caótica e quem sofre são apenas os trabalhadores e a juventude marginalizada, enquanto os empresários lucram muito dinheiro e financiam campanhas políticas e mega eventos festivos”, trecho explícito no manifesto distribuído.
Na carta aberta à população, os adeptos ao Movimento Não Pago! retratam que “a realidade é que ano após ano, mesmo com o aumento constante da tarifa, a qualidade do transporte público só piora”. No manifesto, o grupo defende transporte coletivo público, gratuito e de qualidade.
Sem estudo
O prefeito não deu importância ao movimento dos estudantes, criticou a gratuidade defendida pelo Movimento Não Pago!, alertando que a tarifa zero acaba onerando o valor da passagem para aqueles que pagam pelo serviço. Aos jornalistas, Nogueira informou que a PMA ainda não se dispôs a analisar o reajuste tarifário e voltou ao refrão já conhecido. “Meu relógio não funciona igual ao dos empresários do transporte coletivo”. E voltou a enfatizar que os estudos ainda não foram concluídos. “Estamos estudando e, no momento certo, vamos anunciar o que vamos fazer”.
Nogueira analisa que durante todo o período em que esteve na PMA tem tratado a questão da tarifa dos transportes coletivos com seriedade e competência. “No momento correto, vamos chamar a imprensa e divulgar o que vamos fazer, como sempre fizemos com seriedade e competência”, insistiu.
Ele descarta a possibilidade de encaminhar a proposta de reajuste tarifário para apreciação da Câmara de Vereadores, e garante que não há lei que o obrigue a adotar a medida. “A prefeitura nunca mandou proposta de aumento para a Câmara, o que tem que ser aprovado pela Câmara é a planilha e esta planilha já foi aprovada”, ressaltou Nogueira.
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