O Fórum Metropolitano em Defesa do Transporte Público de Qualidade, criado por entidades da sociedade civil em reação ao projeto da Prefeitura de Belém do sistema de Bus Rapid Transit (BRT), promete um ato público para o próximo dia 26, às 8h30, no canteiro de obras do projeto.
As entidades do Fórum, que já representaram contra o BRT aos Ministérios Públicos Estadual e Federal, pedindo providências urgentes em relação aos problemas no processo de licitação, acreditam que a população precisa ser esclarecida sobre a obra.
É o que diz uma das coordenadoras do Fórum, Neide Solimões. “Precisamos ver uma cópia do projeto e realizar audiências públicas para que a sociedade entenda onde o seu dinheiro está sendo empregado”, explica. Ela conta que o Fórum entrou em contato com a Prefeitura de Belém para estabelecer um diálogo. “Fomos recebidos pela chefia de gabinete e nos garantiram uma reunião. Estamos aguardando”, conta.
Segundo outra coordenadora do Fórum, Sílvia Letícia, o objetivo principal hoje é paralisar a obra. “Temos que suspender o BRT até que as investigações sejam concluídas. Hoje ela não é viável. O processo licitatório não está claro e temos o direito de questioná-lo política e juridicamente”, afirma. A coordenadora também defende o não aumento de tarifa de ônibus. “A nossa função é garantir que o BRT não aumente o valor da tarifa de ônibus, visto que todo ano as tarifas aumentam e não há melhoria no serviço”, conta.
Para os participantes do Fórum, o BRT é uma obra eleitoreira. Denis Vale, advogado e membro do Fórum, questiona a execução da obra. “O Governo Federal anunciou um alto corte no orçamento esse ano, a possibilidade desse corte afetar o PAC é grande e parte do dinheiro do BRT é do programa. Temos que saber se há dinheiro para esse investimento. Todas as empresas que concorriam à licitação saíram alegando irregularidades e só restou uma, por quê?”, discute.
De acordo com seus integrantes, o Fórum espera discutir os problemas no transporte público da Região Metropolitana de Belém e buscar soluções. Dele participam o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado Pará (Sintsep-PA), Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram), Associação de Usuários de Transportes Urbanos, Diretórios Centrais de Estudantes e Centros Acadêmicos de Universidades, entre outras entidades da sociedade civil.
Leia também:
Pará: movimentos sociais querem cancelar licitação do BRT
Cartas marcadas na licitação do ônibus rápido
Prefeitura de Belém quer implantar o sistema BRT na cidade