Pouco menos de um mês é o prazo estimado pela prefeitura de Santos para o início das obras da ciclovia que ligará as pistas da avenida Martins Fontes e a pista da região central, que termina na praça dos Andradas.
O trecho compreende a rua Senador Cristiano Otoni, no Valongo, onde um portuário morreu, na quinta-feira, após o tombamento de uma carreta. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Ciclistas (Abciclistas), Jesse Teixeira Felix, o acidente poderia ter sido evitado caso as ciclovias já tivessem sido interligadas.
O trecho terá 800 metros de extensão, com dois metros de largura, e seguirá pelo lado esquerdo da rua Visconde de São Leopoldo, da praça Lions até a praça dos Andradas, em frente à rodoviária.
Os trabalhos serão realizados pela empresa de obra asfáltica e não dependem de licitação. Os custos ainda estão sendo levantados e deverão ser divulgados em até 10 dias.
De acordo com o secretário da pasta, Antonio Carlos Silva Gonçalves, a proposta é interligar a futura ciclovia da avenida Nossa Senhora de Fátima ao centro e à região da orla, já que o ciclista poderá seguir pelo túnel e, depois, pelas avenidas Ana Costa ou Pinheiro Machado; e, chegando à orla, poderá ir para a Ponta da Praia ou para o José Menino.
“Com isso, Santos deverá contar com uma malha viária que proporcionará ao ciclista muito mais segurança”, destaca Gonçalves, apontando que o município tem mais de 20 quilômetros de ciclovias.
Demora
O presidente da Abciclistas, comemora o anúncio, mas lamenta a demora para a obra. “O trecho está para ser construído há três anos, desde que a ciclovia da Martins Fontes foi concluída. Os ciclistas são obrigados a andar na contramão, quando termina a pista da Martins Fontes, em direção a avenida São Leopoldo. Até quando isso vai acontecer?”, desabafa Felix.
Ele pede que as autoridades disponibilizem cones de proteção do lado direito da pista (na direção bairro-centro) enquanto a interligação não é feita. “Temos de fazer de tudo para evitar mais acidentes e até mortes”, considera.
Apesar da fatalidade de quinta-feira, Santos registra redução no número de acidentes com ciclistas nos últimos anos. Em 2009, houve 443 ocorrências, e em 2010 foram 310. As estatísticas com vítimas fatais também seguem no mesmo ritmo, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos: 10 vítimas fatais em 2009 e seis em 2010, uma redução de 40%.
São Leopoldo
A reportagem de A Tribuna esteve na sexta-feira (6) no fim da ciclovia da avenida Martins Fontes, que desemboca na avenida São Leopoldo.
O número de ciclistas que passam pelo local é grande e a maioria segue na contramão da avenida São Leopoldo, mesmo com o término da ciclovia e as placas que sinalizam a proibição de bicicletas naquele trecho.
Contudo, é fácil observar que os usuários da ciclovia da Martins Fontes não têm opções para seguir trajeto em direção ao centro. Isso porque, excluindo a São Leopoldo, há apenas duas opções: a Martins Fontes (bairro-centro), que é estreita, tem grande fluxo de carros e oferece maior risco aos ciclistas, e a Senador Cristiano Otoni, local do acidente do trabalhador portuário.
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