O Dia das Crianças (12) está chegando e então vale fazer uma reflexão sobre como tem se dado a relação entre nossas cidades e seus mais novos moradores. Leia esta breve matéria produzida a partir de um programa da rádio TSF, de Portugal, que reproduzimos a seguir.
Crianças precisam de condições para desenvolverem as competências psicomotoras, e o fato de ficarem fechadas em casa não ajuda em nada, defende a psicóloga clínica Sónia Gaudêncio.
Mesmo entendendo os receios dos pais, a psicóloga alerta para a necessidade de as crianças explorarem o espaço e o corpo por meio de atividades fora de casa.
"[Os pais] efetivamente têm medo, porque os tempos em que vivemos são diferentes de algumas gerações atrás, e no meio urbano é mais difícil ainda deixar as crianças andarem de bicicleta ou brincar na rua sem supervisão de um adulto. Claro que existem alguns bairros ou condomínios que ainda permitem isso, mas é difícil", lamenta a profissional.
Para a psicóloga, é importante que os pais promovam atividades que envolvam a componente motora, mesmo que seja em família. Algumas de suas sugestões são: uma caminhada, uma caça ao tesouro, jogos de rua ou um percurso de orientação (modalidade realizada com bússola e mapas, que usa o espaço público como campo de jogo).
"Hoje em dia é muito comum crianças de 10 anos não saberem andar de bicicleta ou não saberem atar os sapatos. E não é muito normal que crianças com essa idade não tenham esse tipo de competência", sublinha Sónia, que aponta ainda outras consequências da falta de atividades motoras, como a descoordenação ou falta de resistência.
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