Após anunciar na semana passada a assinatura de um convênio de consultoria com as estatais espanholas Feve e Euskotren para auxiliar a prefeitura a planejar a gestão do primeiro trecho do metrô, o chefe da Casa Civil municipal, João Leão, afirma que as empresas estão de olho na exploração do serviço.
“Elas provavelmente vão sugerir explorar o primeiro e o segundo trecho, os trens do Subúrbio e quem sabe até o metrô da Paralela”, diz. Segundo o secretário, em 30 dias os espanhóis chegam a Salvador. “A análise será gratuita. Acredito que em 60 dias o relatório estará pronto. Ele terá sugestão de tarifas, o que precisa de ajuste, como deve ser a operação dos trens… No documento, é provável que haja proposta de exploração e administração do sistema”, diz.
Leão afirma que a experiência das empresas as tornam mais indicadas a realizar o serviço do que qualquer brasileira. “A experiência delas é superior até à do governo federal. Eles operam 1.100 km de linhas”, diz. Fave e Euskotren administram ferrovias de média e longa distância no Centro e Norte da Espanha.
O ex-diretor do MetrôRio (que administra o metrô carioca) e primeiro gerente de operações do metrô de São Paulo, Cláudio de Sena, entende, porém, que o Brasil tem, sim, empresas capacitadas. “Se fosse por quantidade de quilômetros deveriam chamar gente de Nova York. Lá eles têm 2 mil km de linha. A linha 4 de São Paulo é uma das mais modernas do mundo”, ressalta. (Correio)