Goiânia: Um atropelamento a cada 48 horas na Capital

Uma pessoa morre atropelada a cada dois dias em Goiânia

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 |  Autor: Diário ds Manhã  |  Postado em: 12 de dezembro de 2011

Faixa de Pedestre

Faixa de Pedestre

créditos: primeirosinal.com.br

Essa é a média registrada neste mês pela Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito (DICT). Até ontem foram cinco vítimas. De 1º a 8 de dezembro 25 pessoas atropeladas receberam atendimento no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), sendo que na mesma época, em 2010, o número chegou a 39. Para os 1.047 atendimentos por atropelamento, de janeiro a outubro deste ano, houve 72 mortes. Em 2010, foram 1.837 vítimas, sendo que 86 morreram. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, conforme atendimentos realizados no Hugo.


A DICT apurou, ainda, sete atropelamentos por moto, sete por veículo de passeio e três por ônibus do transporte coletivo. Desses, apenas 12 sem vítimas fatais. Para se ter ideia do problema, em apenas quatro meses, de janeiro a abril de 2011, a Agência Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Goiânia (AMT), contabilizou 480 atropelamentos fora das faixas de pedestres. Na faixa foram nove. Desse total, 18 pessoas morreram.


Para o delegado titular da DICT, Waldir Soares, um dos fatores que ocasionam atropelamentos é a falta de conhecimento sobre as leis de trânsito. “Em algumas situações, o pedestre simplesmente avança, sem tomar o cuidado de esperar o trânsito parar o seu tráfego. Onde há botoeira, deve-se apertar o botão e esperar. Onde não tem, deve-se sinalizar para que os motoristas parem. Algumas pessoas, por uma distância pequena, deixam de atravessar na faixa e colocam a própria vida em risco”, explica.


Outra situação propícia a acidentes de trânsito é a má sinalização em determinados pontos da cidade ou a falta de manutenção de faixas e placas, por exemplo. Soares comenta que há sinalização demais em alguns lugares, já em outros não há nada e que por isso é importante buscar esclarecimentos do Poder Público. “A DICT adota uma nova missão que já vem sendo colocada em prática. Quando observarmos que o acidente pode ter sido provocado por problemas de sinalização, chamaremos o órgão competente para prestar esclarecimentos”, garante o delegado.


O presidente da AMT, Miguel Tiago da Silva, afirma que não há fiscalização para pedestres. No entanto, ele reforça que existem fiscais que ficam em determinados pontos para auxiliar motoristas e passantes. De acordo com dados do órgão, o presidente observa que os atropelamentos ocorridos nas faixas representam 2,7% em relação a todos os outros. Desse modo, ele diz que o número chega a ser aceitável. “Os atropelamentos que acontecem fora da faixa mostram descuido por parte do pedestre ou do condutor”, ressalta.


Por outro lado, Miguel Tiago reconhece que são feitas muitas campanhas de conscientização para que motoristas parem na faixa, mas pouco é destinado aos que andam a pé. Para ele, isso também pode agravar o índice de atropelamentos. “Sempre fazemos campanhas para os condutores, mas não temos feito para os caminhantes. Existe um estatuto para pedestres, mas não é respeitado e, infelizmente, pode ser considerada uma lei morta por não se aplicar à nossa realidade. Entretanto, não podemos dizer que o pedestre não é alvo das campanhas feitas hoje. Quando se fala em paz no trânsito todos estão envolvidos”. O presidente acrescenta que campanhas com o intuito de diminuir acidentes no trânsito devem ser ininterruptas. “Se elas não aparecem na mídia, aparecem nos bastidores”, destaca.


Mesmo com a sinalização necessária existem pedestres que transitam nas ruas, ainda que com calçadas ao lado. Por esse e outros motivos, campanhas educativas que induzam transeuntes a atravessar as vias com segurança e fiscalização poderiam amenizar os dados referentes a atropelamentos. Essa é a opinião do delegado Waldir Soares. "A população se adapta fácil às mudanças, basta iniciativa do Poder Público, porque as pessoas estão dispostas a se educar no trânsito”, acredita.


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