ONG quer 300 bicicletários em São Paulo até a Copa de 2014

Do interior de São Paulo, o jornalista Gabriel Pelosi trouxe a bicicleta e o hábito de locomover-se com a "magrela" pela cidade

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 |  Autor: Rede Brasil Atual  |  Postado em: 09 de dezembro de 2011

Ciclistas e usuários do metrô, no centro expandido

Ciclistas e usuários do metrô, no centro expandido

créditos: Carlos Renno/CCSP

 Mais que um hobby, a bicicleta supre o automóvel no dia de rodízio municipal de veículos e significa rapidez nos deslocamentos pela capital paulista. “São dez minutos até o trabalho”, cita.

 

Economia, trânsito caótico e cuidados com a saúde são os principais motivos que levam à opção pela bicicleta, explica Ismael Caetano, presidente do Instituto Parada Vital, responsável pelos bicicletários localizados em estações de metrô de São Paulo.

 

Na capital paulista, os bicicletários atendem a 10 mil pessoas por mês. Cerca de 60% dos usuários procuram o serviço para estacionamento das magrelas e continuam o trajeto utilizando metrô. Homens jovens têm sido o principal público dos bicicletários. Aos finais de semana, o fluxo é maior para empréstimo de veículos. Nesses dias, o aluguel de bicicletas ultrapassa 400 unidades.

 

Dados da pesquisa Origem/Destino do Metrô, de 2007, já indicava 305 mil viagens diárias de bicicleta em São Paulo. Marco Nordi, um dos coordenadores do grupo de trabalho sobre mobilidade urbana da Rede Nossa São Paulo, avalia que o número atualmente é bem maior.

 

Para André Pasqualini, dono de seis unidades, a bicicleta tem outras vantagens: estreita as relações e iguala as pessoas. Ao longo do último ano, ele diz que utilizou automóvel apenas três vezes. Nesses momentos, ele opta por alugar um veículo.

 

Com a bicicleta, ele se integra ao metrô ou, dependendo da conveniência, percorre toda a cidade em duas rodas. Para ir ao mercado, o ativista acopla um caixote ao veículo. Já para passear com o filho pequeno ele fixa uma cadeirinha. Até mudança ele e os amigos fazem com as bicicletas.

 

Outra vantagem, diz, é ter controle sobre sua agenda. “Eu programo e cumpro.” O uso de roupa social também não atrapalha o uso do modal. “Ando mais devagar para chegar com tranquilidade ao destino”, detalha. A sensação de não ser “mais um no caos”, também é importante diz Pelosi. Além de optar pela bicicleta uma vez por semana, em outros dias, ele pega carona com um colega de trabalho, na tentativa de evitar o uso diário do automóvel.

 

Na ausência de políticas de mobilidade urbana que privilegiem outros modais além do carro, os ciclistas vão abrindo caminho na marra. “Vai acontecendo (a preparação) na medida da adesão”, pontua Caetano. “Quanto maior o número de usuários, maior a força para discutir e exigir a bicicleta como meio de transporte.” Ele também acredita que a vivência vai levar os usuários de outros modais a se acostumarem com as bicicletas. “Estamos longe de estar preparados, mas não se deve parar por isso”, acentua. “Este é um caminho sem volta.”

Pasqualini sente que os motoristas já foram mais hostis. O momento é de mudança e aprendizado de ambas as partes. “Viajo pelo Brasil e avalio que o centro expandido de São Paulo é o melhor lugar em que já andei”, diz. “Quanto mais ciclistas, mais seguro o trânsito”, ensina. Ao mesmo tempo, ele já percebe motoristas com vergonha de usar carro.

 

Até a Copa de 2014, o Instituto Parada Vital espera ampliar a estrutura dos atuais 22 bicicletários para 300 pontos no centro expandido de São Paulo, com 10 unidades para empréstimo em cada um deles.

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