A principal dificuldade encontrada por quem circula com crianças e adolescentes pela cidade de São Paulo é a lotação do transporte público. Este o dado mais citado na pesquisa "Viver em São Paulo - a criança e a cidade", da Rede Nossa São Paulo e Ibope, divulgada nesta terça-feira (9) e que ouviu moradores das quatro regiões da cidade.
Além de enfrentar a lotação, a parcela (quase metade da população do município) que cuida dos pequenos cidadãos é também a que gasta mais tempo em seus deslocamentos: se o tempo médio dos deslocamentos entre os paulistanos em geral é de 2h43 (e já não é pouco!), entre os entrevistados neste estudo esse tempo salta para 3h03, ou, 20 minutos mais.
Resultados
Na pesquisa, a lotação do transporte público foi citada por 22% dos entrevistados, sendo que a dificuldade é maior especialmente entre moradores da região Leste.
Foram ainda mencionados por 11% dos entrevistados problemas como a falta de respeito no transporte (não ceder espaço, assentos, ou preferência a pessoas com crianças) e a insegurança no transporte público.
Em seguida, há menções sobre outras dificuldades para circular com os pequenos, tais como: gente demais nas ruas; distâncias a serem percorridas; estrutura física dos ônibus (ônibus velhos, degrau elevado, catraca, espaço para o carrinho etc.); ausência de locais adequados para crianças no transporte público; falta de acessibilidade das calçadas (quebradas, com lixo, sem rampa de acesso, com degraus e elevações); e o tempo de deslocamento.
Em menor porcentagem, foram mencionadas ainda: falta de sinalização nas vias (iluminação, faixas de pedestre, farol para pedestre); falta de sistema de segurança nas plataformas de metrô, trem e corredores de ônibus (porta de vidro, barreiras etc.)
Outro dado que chama a atenção: 13% dos paulistanos utilizam outro meio de transporte que não o ônibus municipal pelo fato de eles serem muito cheios.
Espaços públicos
Entre as diversas questões abordadas nesta pesquisa, merece destaque ainda o modo como os espaços públicos se oferecem na cidade a crianças e adolescentes. Neste caso, os que aparecem com a pior avaliação são os parquinhos públicos - 41% dos responsáveis consideram ruim ou péssima a qualidade destes equipamentos. Já centros culturais e bibliotecas receberam melhor avaliação dos entrevistados.
Para ver a pesquisa na íntegra, no facebook da Rede Nossa São Paulo, acesse aqui
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