Bike PE terá o dobro de estações a partir de 2019, anuncia governo

Processo de modernização e ampliação do serviço de bicicletas públicas do Recife está confirmado para o início do próximo ano, afirma o gerente de Ciclomobilidade de PE

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Fonte: JC  |  Autor: Roberta Soares  |  Postado em: 20 de agosto de 2018

Expansão do Bike PE prometida para 2019

Expansão do Bike PE prometida para 2019

créditos: Divulgação

O Bike PE, sistema de compartilhamento de bicicletas públicas da Região Metropolitana do Recife, vai duplicar de tamanho. Sairá das 80 estações de aluguel criadas desde a concepção do projeto, cinco anos atrás, para 160 unidades. A novidade vem sendo trabalhada entre o governo de Pernambuco, via gerência de Ciclomobilidade (da Secretaria de Turismo) e a Tembici., empresa paulista operadora do novo sistema, que passou por um processo de modernização em setembro de 2017. 

A expansão do projeto começa no início de 2019 e será feita exclusivamente na cidade do Recife. Olinda e Jaboatão dos Guararapes, que têm 12 estações da rede em operação atualmente, não farão parte. Pelo menos por enquanto, diz o gestor.

Os locais da capital que receberão as novas estações também não foram definidos, mas é fato que a prioridade será dada à reocupação dos locais onde existiam estações antes da mudança de tecnologia e ao preenchimento dos espaços vazios entre elas. Além disso, a turbinada do Bike PE será utilizada para pressionar as gestões municipais a executarem o Plano Diretor Cicloviário (PDC), estudo que traçou a malha cicloviária ideal para o Grande Recife, custou quase R$ 1 milhão em recursos públicos, e vive engavetado pelo poder público. Um dos critérios para escolha dos locais das futuras estações serão ruas e avenidas que já tenham alguma estrutura cicloviária ou estejam contempladas na rede para as bicicletas do PDC.

Pode ser que a expansão do Bike PE seja bancada por um novo parceiro, mas são grandes as chances de o Banco Itaú, financiador do projeto não só no Recife, mas em outras quatro capitais – Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Salvador – assumir a ampliação. A modalidade de diversos parceiros, entretanto, não é novidade e se mostra viável. Em Fortaleza, no Ceará, os projetos de compartilhamento de bicicletas públicas têm patrocinadores diferentes, cada um expondo sua marca e suas cores nos sistemas que financiam. Sem qualquer conflito. No caso do Bike PE crescer com um novo patrocinador, a tecnologia do sistema continuará sendo a mesma – a canadense PBSC. O que mudará serão as cores das estações e das bicicletas nas áreas escolhidas.

A expansão do Bike PE será viabilizada graças aos números positivos da operação do sistema, que só crescem. Seja em adesões ou em viagens. “O Bike PE tem sido uma grata surpresa. Quando eu assumi o projeto ele estava decadente e precário. Em julho de 2017 estávamos fazendo 6 mil viagens por mês. Um ano depois, são 75.716 viagens. É um crescimento impressionante. O número de cadastros também só aumenta e, além disso, temos quase 80% das viagens realizadas durante a semana, o que evidencia o caráter de complemento do transporte público que nosso sistema adquiriu. Isso abriu portas e, a partir desses dados, estamos com a expansão certa para começar no início de 2019”, garantiu Jason Torres, gerente de Ciclomobilidade de Pernambuco. O gestor, entretanto, não quis divulgar o nome do patrocinador da expansão.

Salto na utilização
A operação do Bike PE conta com 80 estações ativas e 800 bicicletas nas ruas. Ao todo, são 39.914 cadastros atualmente, enquanto em fevereiro de 2018 eram 12.505. Representa um aumento de 219%. O projeto pulou de um total de 9.610 viagens, em fevereiro de 2018, para 75.716 em julho do mesmo ano (aumento de 687%). No acumulado desde que a tecnologia mudou são 335.239 viagens.

Além da fazer o sistema Bike PE chegar a bairros e a localidades que deixaram de ter ou nunca tiveram estações, a ampliação do projeto poderá forçar a expansão da malha cicloviária da capital, que hoje é de apenas 52 km. Para isso, propositalmente as novas estações serão instaladas em ruas e avenidas que já têm algum tipo de equipamento para o ciclista ou que deveriam ter, segundo o PDC. É a forma encontrada pelo governo para evitar erros do passado, já que um dos fracassos do primeiro Bike PE – operado pela Serttel – foi a não ampliação da malha cicloviária – ato prometido pelo poder público e não cumprido.

“A expansão ideal do Bike PE seriam 120 estações, mas não teremos como conseguir esse número agora. Então, trabalhamos com 80 novas unidades. Nós tivemos que reposicionar 17 estações na mudança de tecnologia como forma de adensar o sistema e, assim, garantir mais viagens. E os resultados têm sido positivos. Queremos estações distantes de 300 a 500 metros umas das outras. Agora, vamos recolocá-las onde existiam e ocupar os espaços para que o usuário as encontre com mais facilidade. E já decidimos que elas ficarão onde deveria haver estrutura cicloviária. O Bike PE é o nosso maior ativo da mobilidade urbana hoje na cidade e vamos usá-lo como indutor da expansão da rede de ciclomobilidade. Estamos fazendo nossa parte e é preciso que as gestões municipais façam a dela”, avisa Jason Torres.

O Bike PE, entretanto, não deverá chegar à periferia. No máximo, a bairros de classe média e classe média baixa. Mas não em comunidades. E por duas razões: primeiro que a bicicleta não é o veículo ideal para morros ou áreas de relevo acidentada – talvez, um dia, como sonha a gerência de Ciclomobilidade de Pernambuco, seja possível adotar bicicletas elétricas para um projeto-piloto. Em segundo lugar, a exigência de um cartão de crédito para cadastro e pagamentos, além do custo do aluguel (passe mensal de R$ 20 e passe anual de R$ 160) são fatores limitadores.

“O nosso critério de instalação envolve a importância do adensamento para garantir um bom número de viagens, a instalação nos corredores radiais da cidade, que são exatamente os que fazem a ligação do Centro com os subúrbios, e a prioridade de interligar centralidades, como Casa Amarela, Beberibe, Encruzilhada, Afogados, que são bairros que têm comércio e serviços próprios, que atraem a população”, explica Jason Torres.

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Comentários

Guilherme M. - 25 de Abril de 2019 às 05:14 Positivo 0 Negativo 0

Olá. Cheguei a esta página pesquisando no Google sobre aluguel de bicicletas. Em Porto Alegre/RS, tanto a nova operação das "laranjinhas" da BikePOA (Tembici) quanto a Yellow, ainda recente aqui, tem área de abrangência muito restrita.

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