A Movida, terceira maior locadora de carros do Brasil, anunciou na noite da última quinta-feira (9) que lançará um serviço de aluguel de bicicletas elétricas. Segundo a empresa, o serviço pode estar disponível nos próximos três meses.
A locadora informou que investirá R$ 1 milhão na start-up E-Moving, líder do país na locação desse tipo de veículo. A nova linha de negócios se chamará I-Move.
Hoje, a start-up disponibiliza 400 bicicletas elétricas. Com o aporte financeiro, poderá fabricar e oferecer um número muito maior. A aliança estratégica é de cinco anos.
Os empresários estimam que há uma demanda represada de cerca de 20 mil bikes elétricas na capital paulista. Segundo Renato Franklin, presidente da Movida, o mercado brasileiro pode seguir a tendência de crescimento que o nicho apresenta nos Estados Unidos e na Europa.
A empresa quer focar em pessoas que ficam presas em congestionamentos diários para se deslocar até o trabalho. “Quando o trajeto é curto, uma bicicleta normal atende a necessidade. Quando se trata de uma distância maior, a elétrica faz muito sentido. Pode ser usada na ciclovia como na rua, a uma velocidade máxima de 25 quilômetros por hora”, diz.
Mercado
De acordo a Abraciclo, foram comercializadas mais de 35 milhões de unidades no mundo em 2016. Ásia e Europa são os mercados mais maduros. Nos últimos seis anos, a China vendeu mais e-bikes do que carros.
Um relatório Navigant Research sugere que, até 2025, as vendas de bicicletas elétricas podem gerar receitas anuais de US$ 24,3 bilhões.
O mercado brasileiro ainda é incipiente. Gabriel Arcon, presidente da E-Moving, destaca que a venda de e-bikes no país representa 0,2% do mercado total de bicicletas. Em países pouco mais desenvolvidos, o número supera 1,5%. Por isso, ele vê potencial no Brasil, em especial nas metrópoles. Em São Paulo, a média de distância que o cidadão percorre para ir ao trabalho é de 7,8 km.
O diferencial da empresa está no aluguel mensal e anual, não diário ou com foco turístico. Segundo Arcon, sua clientela hoje é formada por uma maioria de executivos, de 35 a 45 anos, das classes A e B. “Nosso aluguel é de R$ 219 por mês, o que dá cerca de R$ 7 por dia. Se você fizer qualquer corrida com aplicativo, paga em torno de R$ 9”, diz.
O mesmo modelo será replicado na I-move. Ele explica que outro atrativo são os planos corporativos: empresas que oferecem a e-bike como alternativa de transporte a funcionários, uma modalidade moderna de vale-transporte.
Como as bicicletas elétricas são caras (podem chegar a R$ 9 mil), a marca optou pela entrega dos veículos direto na unidade física da empresa. O modelo não será igual ao das bicicletas do Itaú ou do Bradesco, por exemplo.
As empresas
Lançada em 2015, a E-Moving cresce 13% ao mês. Os maiores competidores são as lojas que vendem e-bikes. E no caso da Movida, os negócios vão bem. No segundo trimestre de 2018, o lucro líquido da empresa foi de R$ 39,9 milhões, 258,6% maior que o do mesmo período de 2017, com margem líquida de 14,5%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da Movida cresceu 65,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, atingindo R$ 118,2 milhões. No fato relevante divulgado a acionistas, a Movida comunicou que se torna "a única locadora do país que oferece múltiplas soluções para mobilidade urbana, unindo carro, trikke e aluguel de bicicletas elétricas".
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