A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) impugnou o edital para definir a empresa responsável pelas obras de implantação da segunda fase do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Esta etapa levará o modal até o Centro de Santos, no trecho Conselheiro Nébias-Valongo.
Publicado em março passado, o edital determinava a análise da documentação e das propostas financeiras das empresas interessadas pela execução das obras na primeira semana de maio. Contudo, ao menos dois consórcios (Tiisa Infraestrutura e Investimentos e Serveng-Civilsan) questionaram o teor do documento e conseguiram adiar para 19 de julho a abertura oficial das propostas. Venceria quem oferecesse o menor preço.
A alegação para a prorrogação do prazo foi o grande número de pedidos de esclarecimento recebido e pouco tempo para apresentar as explicações. Na quinta-feira passada (7), entretanto, a EMTU acatou a defesa das empresas e impugnou o edital, conforme publicação no Diário Oficial do Estado, em 7 de junho. O órgão paulista entendeu ser exagerada a quantidade de atestados para a comprovação da capacidade técnica das empreiteiras que demonstraram interesse pela implantação do modal. O adiamento amplia a expectativa sobre a segunda fase do VLT, que se arrasta desde 2014.
Em nota, a EMTU informa que o “edital revisado será publicado na primeira quinzena de julho”, após a análise das perguntas e sugestões técnicas enviadas. Ainda segunda a nota, a nova entrega das propostas ocorrerá na segunda quinzena de agosto, com início das obras previsto para o fim do ano.
Traçado
Com o desenho finalizado em 2017, a segunda fase do modal terá 8,2 km de extensão e 14 estações. O traçado vai percorrer a Rua Campos Melo, na Encruzilhada, e seguirá pela Rua João Pessoa. Já o retorno ocorrerá pelas ruas Amador Bueno, Constituição e Avenida Conselheiro Nébias (sentido Centro-Praia) (veja abaixo).
A intenção é que o modal atenda as universidades, Hospital dos Estivadores, Mercado Municipal, Museu Pelé, entre outros pontos atrativos do Centro. Trata-se da terceira proposta debatida para a expansão fase do VLT. Isso porque a ideia original era que as duas vias férreas passagem pela Avenida Conselheiro Nébias.
Um dos desafios para adaptar o traçado foi reduzir impactos no entorno, como nas áreas históricas e de preservação dos patrimônios cultural e arquitetônico. A passagem do modal por áreas degradadas tem a defesa da Administração santista, que já planeja conceder incentivos fiscais para estimular a construção de moradias à margem do traçado do sistema de transporte. Uma das ideias também é transformar o Mercado Municipal em núcleo para o desenvolvimento de economia criativa.
Integração
Com a segunda fase do VLT, é esperado um maior volume de passageiros. Atualmente, são mais de 23 mil usuários que utilizam o modal por dia, entre São Vicente e Santos. Por ser a região central santista um dos polos geradores de emprego na Baixada, acredita-se que esse número pode multiplicar por três.
A transferência do eixo troncal do VLT se dará em duas estações: Conselheiro Nébias e Campos Melo (integrante da etapa 2). De acordo com a EMTU, a atual plataforma foi “planejada e dimensionada para abrigar também os usuários do segundo trecho, não havendo necessidade de ampliação”.
Em paralelo, a CET-Santos realizará estudos para reorganizar do sistema de transporte municipal, com revisão das linhas e dos trajetos. Atualmente, 13 itinerários de ônibus fazem o trajeto da Conselheiro Nébias ao Centro.
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