Publicada semana passada (24) pela imprensa da Bahia, notícia sobre a empresa vencedora da licitação do VLT de Salvador causou certa confusão entre os leitores, já que nota citava a solução de monotrilho e a vencedora como o consórcio formado pela Metrogreen e a chinesa BYD, conhecida por produzir caminhões e ônibus. Para esclarecer as questões, fomos conversar com Alexandre Liu, Diretor de Negócios da BYD, empresa que venceu o leilão realizado na Bolsa B3, de São Paulo.
Tecnologia: monotrilho elevado
A tecnologia vai ser a mesma usada em Shenzhen, na China: um monotrilho leve, que circulará sobre um trilho único, uma viga de concreto. É parecida com o sistema usado no metrô de São Paulo, nas linhas Prata e Ouro. A diferença é que a interferência visual será bem menor. No caso de Salvador, a estrutura terá entre 3 metros a 5 metros de altura, menos do que a altura de um poste comum de eletricidade. Os trens funcionarão automaticamente, sem operadores.
Anúncio do resultado do leilão, dia 24, na bolsa B3, em SP: Alexandre Liu é o segundo à esquerda
Flexibilidade
Outra vantagem apontada por Alexandre Liu para o caso de Salvador é a capacidade do sistema de vencer rampas. O monotrilho, explica ele, é a única tecnologia que consegue ligar facilmente as partes alta e baixa da cidade, pois sobe rampas de até 10% de inclinação e consegue fazer curvas com raio de 45 metros, bem menores do que os sistemas do tipo VLT, segndo o executivo da BYD.
Filme institucional da BYD sobre o sistema de monotrilho em operação na China
Capacidade
O sistema permite composições com até oito carros, mas no caso de Salvador, serão quatro carros e capacidade total entre 400 a 600 pessoas por composição. A linha vai operar com 26 trens, com um total de 104 carros. A previsão é de trens com intervalo de 10 minutos. Todo o sistema terá wifi e cobrança por reconhecimento facial.
Prazo e operação
Os 19 km de linhas e as 22 estações devem ser entregues em 24 meses. A primeira fase, com 3 km, ficará pronta e entrará em operação em 18 meses. Toda a construção será feira pelo Consórcio, que terá o direito de explorar a linha por 20 anos. A alimentação das composições será feita em 750 volts, mas todos os carros serão dotados de baterias para manter os trens em funcionamento mesmo com a eventual falha na energia da rede. A BYD também será responsável por construir as subestações de alimentação.
Mais informações e detalhes:
Site do leilão na B3
Secretaria de DesenvolVimento Urbano da Bahia (Sedur)
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