Ônibus elétricos crescerão mais do que carros

Baterias mais baratas e fabricação em larga escala, tendem a elevar vendas de carros e principalmente de ônibus elétricos. Os dados são da Bloomberg New Energy Finance

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Fonte: Bloomberg New Energy Finance  |  Autor: Bloomberg New Energy Finance  |  Postado em: 22 de maio de 2018

Ônibus elétrico a bateria operando em Los Angeles,

Ônibus elétrico a bateria operando em Los Angeles, EUA

créditos: Los Angeles Metro


Eletrificação do transporte vai acelerar na segunda metade da década de 2020, graças à queda dos custos com baterias e a fabricação em larga escala, com vendas de carros elétricos chegando a 28%, e de ônibus elétricos a 84%, em seus respectivos mercados globais até 2030.


A mais recente previsão de longo prazo da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) mostra um aumento das vendas de veículos elétricos de um recorde de 1,1 milhão no ano passado para 11 milhões em 2025, e então para 30 milhões em 2030, estabelecendo uma vantagem em relação aos carros movidos a motor de combustão interna. A China liderará essa transição, com as vendas representando quase 50% do mercado global de EV em 2025 e 39% em 2030.

 

A expectativa é que o número de veículos a gasolina ou diesel, vendidos por ano, comece a cair em meados da década de 2020, com uma forte penetração dos EVs em seu mercado. Em 2040, estima-se que cerca de 60 milhões de EVs sejam vendidos, o equivalente a 55% do mercado mundial de veículos leves. Carros de "mobilidade compartilhada" serão um elemento pequeno, mas crescente.

 

O avanço dos ônibus elétricos a bateria será ainda mais rápido do que dos carros elétricos, de acordo com a análise da BNEF. Ela mostra a presença dos ônibus elétricos em quase todas as configurações de recarga com um custo total de propriedade menor do que os ônibus municipais convencionais até 2019. Já existem mais de 300.000 ônibus elétricos nas ruas da China, e os modelos elétricos deverão dominar o mercado global até o final dos anos 2020.

 

Colin McKerracher, analista-chefe de transporte avançado da BNEF, comentou: “Os progressos nos últimos 12 meses, como os planos dos fabricantes para lançamentos de modelos e novas regulamentações sobre poluição urbana, reforçaram nossa visão otimista sobre as perspectivas dos EVs. As mudanças em nossa previsão desta vez, em comparação com a anterior há um ano, são modestas, pelo menos no que diz respeito aos carros. Acreditamos agora que os EVs representarão 55% das vendas de veículos leves em 2040, em vez de 54%, e representarão 33% da frota total de veículos do mundo. “Mas a grande novidade desta previsão são os ônibus elétricos. A China liderou esse mercado de forma espetacular, respondendo por 99% do total mundial no ano passado. O resto do mundo seguirá e, até 2040, esperamos que 80% da frota de ônibus municipais seja elétrica. ”

 

A BNEF espera que a transição no transporte tenha implicações importantes para a demanda de eletricidade e para o mercado de petróleo. Os EVs e os ônibus elétricos usarão 2.000 TWh em 2040, aumentando em 6% a demanda global por eletricidade. Enquanto isso, a mudança de veículos movidos a ICE para os elétricos deverá eliminar 7,3 milhões de barris por dia de combustível dos transportes.


Um problema: a falta lítio e cobalto para baterias
A equipe da BNEF analisou detalhadamente se o aumento da demanda por metais como o lítio e o cobalto, resultante do aumento do transporte eletrificado, poderia levar à escassez de oferta desses metais essenciais. Salim Morsy, analista sênior de transporte, disse: “Embora estejamos otimistas em relação à demanda de EVs nos próximos anos, vemos o surgimento de dois importantes obstáculos. No curto prazo, vemos um risco de escassez de cobalto no início dos anos 2020, o que poderia desacelerar algumas das quedas de custo de bateria que vimos recentemente. Mais adiante, a infraestrutura de recarga ainda será um desafio”.

 

As perspectivas para as vendas de EVs serão influenciadas pela rapidez com que a infraestrutura de recarga se espalha pelos principais mercados e também pelo crescimento da "mobilidade compartilhada". Ali Izadi-Najafabadi, analista líder de mobilidade inteligente da BNEF avalia que a frota de mobilidade compartilhada global passe de pouco menos de 5 milhões de veículos hoje para mais de 20 milhões até 2040. "Até lá, mais de 90% desses carros serão elétricos, em virtude de custos operacionais menores. Veículos altamente autônomos representarão 40% da frota de mobilidade compartilhada ”, pondera o especialista.

 

O ritmo de eletrificação no transporte vai variar de país para país, principalmente nos próximos 12 anos, à medida que alguns mercados passam à frente dos demais. A BNEF prevê que, em 2030, os EVs representarão 44% das vendas de veículos leves europeus, 41% das vendas na China, 34% nos EUA e 17% no Japão. No entanto, a escassez de infraestrutura de recarga e a falta de modelos acessíveis atrasarão o mercado na Índia, de forma que os EVs representarão apenas 7% das vendas de carros novos no país em 2030.

 

As projeções da BNEF sugerem grandes oportunidades para os fabricantes de baterias de íons de lítio. A China já domina este mercado, com uma participação global de 59% da capacidade de produção em 2018, e esta previsão deverá subir para 73% até 2021.

 

Leia mais sobre sobre a Previsão sobre Veículos Elétricos  no site da BNEF: https://about.bnef.com/electric-vehicle-outlook/.


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