"Não há como se pensar em melhorias na mobilidade urbana sem planejar caminhos cicloviários para uma cidade", afirma o coordenador da União Gonçalense de Ciclistas (UGC), Charles Gomes, de 44 anos, que há muitos anos dialoga com a gestão municipal para que a bicicleta deixe de ser pensada somente como um meio de lazer e seja pensada como transporte público, suficiente para mitigar os problemas com mobilidade e sustentabilidade de uma cidade.
Segundo Charles, a implantação de ciclovias deve estar inscrita no Plano de Mobilidade Urbana, que obrigatório para municípios com mais de 20 mil habitantes (São Gonçalo tem mais de 1 milhão). “Nós defendemos um plano de mobilidade urbana. Através desse plano, teremos estudos e planejamento para oferecer uma estrutura cicloviária dentro do espaço de nossa cidade. A atual gestão tem que entender que bicicleta não é só um meio de lazer, mas de transporte”, contou.
De acordo com Charles, a atual gestão não dialoga com os principais interessados e possui um discurso pronto para construção de ciclovias, mas que é difícil de sair do papel. “Em outubro, tivemos uma audiência pública sobre a infraestrutura cicloviária na cidade e, infelizmente, não contamos com a participação de ninguém do Executivo. A atual gestão tem discurso pronto de estudos de BRS, ciclovia de Neves a Guaxindiba, mas tudo isso é sem a nossa participação. Teríamos muito a contribuir”, afirmou.
Segundo estudos da UGC, a cada hora, cerca de 40 pessoas (30 homens e 10 mulheres) trafegam pela rua Presidente Kennedy, no Centro de São Gonçalo, de bicicleta. “O governo fala que o ciclista tem como espaço, a rua Jaime Figueiredo. Mas essa área foi criada sem o menor planejamento e enxerga a bicicleta como meio de lazer e não de transporte. Queremos uma cidade com mobilidade urbana e acessibilidade”, afirmou.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de São Gonçalo informou que conseguiu firmar convênio com o Ministério das Cidades para realização de estudos para o projeto de BRS e ciclovia, ligando os bairros Neves a Guaxindiba. O município está aguardando a liberação do recurso para início do projeto.
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