Tragédia da Ciclovia Tim Maia, no RJ, completa dois anos sem solução

E sem nenhuma obra de reforma estrutural. Viúva de uma das vítimas lamenta que um dos indiciados no crime tenha sido nomeado presidente da Riourbe

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Fonte: G1  |  Autor: Bom Dia Rio/ G1  |  Postado em: 20 de abril de 2018

Mesmo interditada, pedestres e ciclistas seguem us

Mesmo interditada, pedestres e ciclistas seguem usando a via

créditos: Reprodução / TV Globo (Arquivo)

 

Dois anos após a queda de um trecho da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, zona sul do Rio, que resultou na morte de duas pessoas, pouca coisa foi feita pela Prefeitura, e a via continua interditada. O acidente aconteceu três meses depois de a estrutura ser inaugurada para a Olimpíada de 2016.

 

A ciclovia Tim Maia deveria ligar a Barra da Tijuca, na zona oeste, à orla de Leblon e Ipanema. De lá é possível pedalar até o centro da cidade. A Tim Maia teria dois trechos: o que margeia a Av. Niemeyer e o que acompanha o Elevado do Joá. Este último ainda está aberto.

 

Na obra do trecho da Niemeyer, que foi condenado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiros (Crea-RJ), foram gastos R$ 44 milhões de dinheiro público.

 

A Prefeitura precisa fazer reformas estruturais, mas até agora nada foi feito. Enquanto isso, blocos de concreto e sinalização foram colocados para impedir a passagem das pessoas e ciclistas. Mas as normas de segurança são ignoradas por ciclistas e pedestres.

 

Em fevereiro deste ano, parte do trecho da ciclovia Tim Maia junto ao Túnel do Joá desabou após forte temporal. De acordo com a Secretaria de Urbanismo, o solo abaixo da ciclovia cedeu por conta de uma erosão causada por infiltração da água da chuva. A pasta afirmou que técnicos da GeoRio vão investigar a causa da erosão, "que não é comum naquela região, apesar do grande volume de chuva registrado".

 

Na queda da ciclovia em 2016, morreram o engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e o gari comunitário Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos. Viúva de Eduardo, Eliane Couto está acompanhando o processo, que teve 14 pessoas indiciadas, entre eles sete engenheiros da Riourbe.

 

“Até agora nenhuma atitude foi tomada em relação a isso. Pelo contrário, houve a nomeação de um dos indiciados, o Fábio Rigueira, como presidente da Riourbe. Realmente, não consigo entender esse tipo de atitude pela prefeitura. Tem sido muito doloroso esse período que a gente passou sem o Eduardo, para a família, para os amigos. Estamos todo dia aprendendo a viver com essa perda, com essa tragédia que aconteceu na nossa vida”, disse Eliane.

 

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