Usuários do transporte público de Teresina (PI) flagraram uma rampa com degraus próxima a uma estação de transbordo localizada na Avenida Henry Wall Carvalho, bairro Saci, zona sul da capital. O local, que deveria garantir a acessibilidade, causa transtornos a deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida. Em terminais de ônibus também foram detectadas falhas em rampas de acesso aos ônibus.
De acordo com a Associação dos Deficientes Físicos de Teresina (Adeft), foi solicitada nesta quinta-feira (22) uma audiência com o prefeito Firmino Filho (PSDB) para tratar desses problemas. Procurada pela reportagem do G1, a Prefeitura de Teresina informou que a falha já foi detectada e que equipes de engenharia farão a correção.
Rampa inadequada a deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida. Foto: José Marcelo/G1
“Existe uma convenção internacional que traz as especificações necessárias para garantir a acessibilidade. Eu não entendo que tipo de engenheiro que eles contratam, que joga nosso dinheiro no ralo em obras como essa, que impossibilita os deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida de ter acesso a espaços públicos”, declarou Amparo Sousa, presidente da Adeft.
Não há como cadeirante embarcar
Outra falha de acessibilidade encontrada relacionada ao sistema de transporte público da capital foi no Terminal Itararé, Zona Sudeste de Teresina. Durante uma vistoria da Associação dos Cadeirantes do Município de Teresina (Ascamte), o presidente da associação, Wilson Gomes, não conseguiu embarcar nos ônibus apenas com o auxílio da rampa do veículo.
Conforme a Ascamte, de oito ônibus estacionados na plataforma de embarque do terminal, apenas dois estavam aptos para o embarque de cadeirantes com segurança. Nos demais, os cadeirantes teriam que ter ajuda dos passageiros ou condutores dos ônibus para poderem ter acesso aos veículos.
Praticamente impossível ao cadeirante embarcar no ônibus assim. Foto: Divulgação/Ascamte
O diretor de transportes públicos da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), Francisco Nogueira, explicou que se reuniu com membros da Ascamte para debater possíveis soluções para o problema. Juntamente com a associação, a Strans estuda usar uma "prancha" de alumínio para o embarque de cadeirantes.
“Esse problema da falta rampa ocorre quando o veículo vem muito pesado, que acaba ficando abaixo do nível da plataforma de embarque. Tivemos uma reunião e eles vão novamente a um terminal, junto com o gerente de fiscalização da Strans, para fazer as medições necessárias para confeccionar uma prancha”, informou Nogueira.
O diretor explicou que a prancha será feita de alumínio, projetada para aguentar grandes pesos, e que estará apta a comportar diversos tipos de cadeiras de rodas. “No caso do ônibus ficar abaixo da plataforma, o motorista vincula a prancha e garante que o usuário possa embarcar”, finalizou.
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