Estima-se que o mercado de compartilhamento de bicicletas (bicycle-sharing) irá crescer 20% ao ano até 2020 globalmente, conforme apontado pela consultoria Roland Berger. Seguindo essa lógica, até 2020 o mundo terá cerca de 2.400.000 bicicletas nesse mercado.
A China, um dos lideres na utilização e produção de bicicleta, está na vanguarda desse movimento, e somente na cidade de Hangzhou já há uma frota de mercado de 51.500 bicicletas, e em crescente expansão, esperando-se chegar a cerca de 175 mil bicicletas compartilhadas até 2020.
Evolução no crescimento do número de sistemas de aluguel de bicicletas
Fonte: Marchuck; Shkompletova; Boyarskaya, 2016
Ano
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Sistemas no mundo
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Bicicletas
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Maio 2011 Abril 2013 Junho 2014
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375 535 712
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236.000 517.000 806.200
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No Brasil, a instalação de pontos de aluguel de bicicleta, tendo como pioneiro o município do Rio de Janeiro, se espalhou para diversas capitais e cidades, como: Petrolina, Porto Leve e Recife em Pernambuco; Porto Alegre no Rio Grande do Sul; e Santos São Paulo e Sorocaba em São Paulo. O preço do aluguel e as condições podem variar de cidade para cidade. A tabela a seguir foi obtida a partir de consulta no site do sistema Bike em algumas regiões.
Quantidade de viagens e Créditos de Carbono pelo sistema de aluguel de bicicleta
Fonte: revista Bike, 2017
Cidade
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Sistema
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Viagens
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Ton de CO2
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Recife Porto Alegre Rio de Janeiro Salvador São Paulo
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BikePE BikePoa BikeRio BikeSalvador BikeSampa
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1.146.355 - 9.365.303 751.382 2.293.059
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412,67 345,78 3.371,34 270,48 825,46
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No Brasil, o sistema BikeRio foi implementado em outubro de 2011, numa parceria entre a prefeitura do município do Rio de Janeiro, Itaú, a Serttel e o apresentador Luciano Hulk. Hoje, o sistema funciona com a empresa Tembici, que adotou uma tecnologia canadense para a operação na cidade e em várias capitais do Brasil. Apenas no Rio de de Janeiro, ao longo de sua existência, pode-se dizer que a média de utilização foi de 4.740 viagens por dia.
A expansão dos sistemas associada ao aumento geral da utilização de bicicleta a nível nacional, poderá impactar em uma redução massiva nas emissões de carbono ao longo dos anos. Considerando somente as capitais mencionadas na tabela acima, chegamos a um total de 5.225,73 toneladas de CO2 ou créditos de Carbono.
Em Berlim, na Alemanha, já existem inclusive bicicletas de carga, geralmente elétricas, para alugar. Desta forma é possível fazer até mesmo as compras de supermercado com bicicleta.
Podem-se notar também outros pontos positivos. No geral, os custos relativos ao transporte caem, pois muitas das tarifas são baixas, gerando benefícios para os usuários do transporte, e permitindo acesso aos que não teriam como custear a aquisição de uma bicicleta. Outra vantagem é que devido a rotatividade, a bicicleta acaba ficando menos tempo ociosa, aumentando então a eficiência de uso da mesma.
*Guilherme Pfeffer, 25 anos, é estudante de Engenharia Civil e idealizador do blog City After Mobility, projeto que busca criar mais tempo com a família e amigos através da redução do tempo em que passamos no trânsito. Guilherme vive em Niteroi (RJ) e busca trazer soluções inovadoras para os problemas de mobilidade urbana. Veja mais em www.guilhermepfeffer.com