O nível de poluição atmosférica em São Paulo seria pelo menos 42% maior se não houvesse o metrô na capital paulista. A estimativa é de um grupo de engenheiros associados ao Comitê Brasileiro de Túneis – CBT, entidade de caráter técnico, sem fins lucrativos.
Para identificar o que acontece com a poluição atmosférica sem o metrô, os técnicos compilaram dados bibliográficos de diversos autores, com destaque para o Prof. Paulo Saldiva, da Escola de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), e recorreram a dados oficiais, registrados pela Cetesb e o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), durante a greve dos metroviários em 2014, comparando-os aos registrados em dias com condições atmosféricas semelhantes.
O trabalho, liderado pelo engenheiro Fernando Carvalho de Oliveira Abreu, comparou a presença na atmosfera de dois tipos de materiais particulados. Os maiores PM10, com diâmetro de 10 microns e os menores PM2,5 com diâmetro de 2,5 microns. Para efeito comparativo, um fio de cabelo humano tem diâmetro que varia entre 50 a 70 microns.
Quanto menor for o material particulado maiores serão os danos potenciais à saúde humana. No caso do estudo, a presença de partículas menores PM2,5 foi 52% maior durante a greve do que nos dias de funcionamento normal e condições atmosféricas semelhantes. No caso das partículas maiores PM10, o aumento foi de 42%.
“Os números que coletamos deixam evidenciada a importância do Metrô para a cidade de São Paulo”, explica o engenheiro Fernando Carvalho. “Não só como meio de locomoção para milhões de pessoas, mas também pelas consequências benéficas do uso desse modal de transporte para a saúde dos paulistanos de todas as idades”.
Autores
Fernando de Oliveira Abreu, que liderou o trabalho, é formado em Engenharia Civil pelo Instituto Mauá de Tecnologia, em 2014. Desde 2010 desenvolve trabalhos nas áreas de modelagem numérica, controle de qualidade de projeto, acompanhamento técnico em obra e instrumentação geotécnica, principalmente para obras do Metrô de São Paulo. Colaborando com o CBT desde 2015, foi membro da comissão organizadora do II Simpósio Internacional de Impermeabilização de Estruturas Subterrâneas e do 4º Congresso Brasileiro de Túneis.
O trabalho teve ainda a participação dos engenheiros Jairo Pascoal Júnior, da EGT Engenharia e vice-presidente do CBT, Marina Estela Martins, da EGT Engenharia, e Tarcísio Barreto Celestino, da Themag Engenharia, presidente da ITA e ex-presidente do CBT.
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