O prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) assinou decreto nesta quinta-feira (21) que estabelece o novo modelo de compartilhamento de bicicletas da cidade. A previsão é de um aumento do número de bicicletas oferecidas de cerca dos atuais 2.000* para 10.000 em um ano. As bicicletas serão fornecidas por empresas interessadas, como o Itaú, que já tem parceria com a Prefeitura de São Paulo, e serão liberadas para os usuários por meio do cartão do Bilhete Único.
Os valores serão cobrados dos usuários por meio do Bilhete Único –inicialmente, do cartão, que Doria quer extinguir e deixar apenas nos celulares. Os preços serão estabelecidos por uma comissão municipal na próxima semana, e a estimativa é que em duas semanas as estações de bicicletas comecem a ser distribuídas pela cidade. A administração pública não terá custos com o projeto, que será bancado por empresas privadas interessadas em exporem suas marcas.
Não será permitido que as empresas restrinjam o uso das bicicletas para clientes com cadastro bancário. Todas as estações do sistema terão que oferecer a cobrança também por Bilhete Único, além do cartão de crédito. A prefeitura receberá das empresas informações sobre os trajetos feitos pelos usuários e os utilizará, segundo o secretário de Mobilidade e Transportes, Sérgio Avelleda, para a melhoria das políticas cicloviárias.
A regulamentação do setor resolve um impasse jurídico que se estende desde que o Bike Sampa, sob controle do Itaú, teve seu contrato inicial de três anos encerrado em 2015. O serviço passou a operar com um termo provisório, o que atrofia sua capacidade de construir novas estações.
Novas regras
As empresas que já operam os sistemas terão 180 dias para aderir às novas regras do decreto. Elas estabelecem que empresas que operarem o serviço na região central terão de oferecer bicicletas também em bairros mais afastados; as operadoras do sistema também vão precisar instalar estações de retirada e de devolução de bicicletas próximas a terminais de ônibus municipais e estações de Metrô e da CPTM, além de promover a interligação à rede cicloviária municipal, entre outras novas diretrizes.
Segundo Avelleda, em estações mais distantes do centro, “o usuário, por exemplo, poderá pegar a bicicleta no terminal, ir com ela para casa e devolver no dia seguinte. Esse conceito é chamado de última milha, ou seja, o último trecho do trajeto realizado pelo transporte não motorizado”, explicou o secretário.
Tecnologia Tembici.
Em nota, o Itaú aprovou os termos do decreto e anunciou como novidade a parceria do banco com a Tembici., empresa especializada em soluções para mobilidade urbana, que atuará no planejamento, implantação e operação logística de sistemas de bicicletas compartilhadas e de estacionamentos de bikes. No último dia 11, Recife foi a primeira cidade a receber essa nova tecnologia no projeto Bike PE, que conta com patrocínio do Itaú.
*Nota: o anúncio oficial da Prefeitura de São Paulo afirmava que a cidade contava até agora com 200 bicicletas. Na verdade, a cidade tem cerca de 270 estações, com cerca de 2.000 bicicletas (nota publicada às 20h de 22 de setembro)
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