Serviços de transporte compartilhado estão surgindo, cada vez mais, como soluções para preservar o meio ambiente, driblar o congestionamento e cortar gastos com veículos privados. Mas mesmo aplicativos como Uber e semelhantes ainda não conseguem evitar o fator mais estressante hoje dos deslocamentos nas grandes cidades: o trânsito.
E é com a chamada “saia do trânsito” que a startup Bikxi pretende se destacar no cenário da mobilidade no Brasil. Os repórteres da revista Auto Esporte testaram o serviço e contam nesta matéria como ele funciona.
O nome, que mistura as palavras Bike e Táxi, traduz a ideia: um sistema de transporte compartilhado, assim como um táxi, mas que usa como veículo a bicicleta. E não é qualquer bicicleta: uma bike elétrica, dupla, com pedais independentes, que foi desenvolvida pela equipe da Bikxi para oferecer mais conforto ao passageiro e ao piloto.
Através do aplicativo, você informa a sua localização e o lugar para onde pretende ir. A plataforma então te mostra o caminho até o ponto de encontro da rota mais próxima. Ali, você encontra a bicicleta e seu “motorista”, o Bikxer. Ele te entregará um capacete e, uma vez embarcado na bike, você pode decidir se quer pedalar junto ou apenas ser levado pelo piloto.
Aplicativo
O app será lançado em setembro e, até lá, o serviço está acontecendo de graça nas ruas de São Paulo. A partir do lançamento, as pedaladas serão cobradas pela distância percorrida, e o pagamento feito através do próprio aplicativo. Ele também mostrará para o usuário a quantidade de CO2 que ele deixou de emitir em todas as corridas que fez com a bicicleta.
Bikxi utiliza bike elétrica, dupla, com pedais independentes. Foto: Carlos Alkmin/Divulgação
Trajetos
“A nossa ideia é de andar só na ciclovia, para ser algo bem seguro”, conta Danilo Lamy, fundador e CEO da Bikxi. Como os trajetos só são feitos em ciclovias, duas rotas foram definidas para o passageiro escolher: entre a Avenida Faria Lima e a Berrini (que, na verdade, começa no Ceagesp e vai até o Parque Ibirapuera e a Av. Morumbi) e pela ciclovia da Paulista até a Vila Mariana.
Segundo Danilo Lamy, fundador e CEO da Bikxi, a ideia nasceu de sua própria experiência: “Surgiu da minha mudança do carro para a bicicleta”, conta. Ele explica que estava cansado do congestionamento da cidade e passou a ir para o trabalho de bicicleta - e logo percebeu que, além de demorar menos tempo para chegar ao escritório, também teve impacto positivo na sua qualidade de vida.
Daí, foi só juntar a nova experiência com a vontade antiga de criar algo próprio: “Pensei em como unir as coisas boas do transporte compartilhado com os benefícios da bike. Aí veio a ideia de usar a bicicleta dupla, onde você tem um profissional te guiando”.
Sobre o modelo da bicicleta, Lamy explica: “Ela tem a agilidade de uma bicicleta normal, por ser estreita (e por isso escolhemos a Tandem), o sistema elétrico que dá toda a eficiência e não deixa o Bikxer cansado, e o sistema de pedais onde a pessoa pode pedalar ou não”.
Bike elétrica
Para o empresário, a Bikxi pretende ser um serviço bem diferente dos outros transportes compartilhados já existentes. “Eu via muita resistência das pessoas em usar a bicicleta por não quererem chegar suadas ao trabalho ou não se sentirem seguras em pedalar”. O uso da bicicleta elétrica - que não emite gases poluentes e poupa o esforço de quem vai dirigir a bike - e de dois lugares - que permite um “piloto” experiente guiando - resolve essas questões.
“A ideia é expandir para mais rotas, mais cidades, mais países”, diz Danilo, que defende que a Bikxi é um serviço aplicável em cidades grandes que lidam com grandes congestionamentos e têm ciclovias. Com três semanas de funcionamento, suas bicicletas já levaram mais de mil passageiros pelas ruas de São Paulo.
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