Jaraguá do Sul: OCP nos Bairros: Centro deverá ter nova ponte

Nos últimos meses, espaços floridos passaram a dar mais colorido ao agitado cenário urbano, assim como a iluminação e a decoração natalina

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 |  Autor: O Correio do Povo  |  Postado em: 30 de novembro de 2011

Calçada da rua Padre Francken

Calçada da rua Padre Francken

créditos: Eduardo Montecino

São cerca de 80 ruas espalhadas pelos 3.182.367,65 metros quadrados que formam o Centro - o espaço mais urbano de Jaraguá do Sul – com 9.498 habitantes, segundo dados do Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A cidade que não para de crescer - impulsionada pela industrialização e pelo vigor dos setores de comércio e serviços, se desenvolveu no entorno da estação  - por seus trilhos que trouxeram o progresso - a partir da década de 1910.


Hoje o Centro Histórico da rua Getúlio Vargas carrega muito mais que história, cultura e lazer. Lá está o Mercado Público Municipal, a Biblioteca Municipal Rui Barbosa, a sede da Fundação Cultural, os museus do Expedicionário e da Weg, a Câmara de Vereadores e, ao lado, a academia ao ar livre.


Prédios históricos e locais destinados ao entretenimento são a marca registrada da área central, com destaque para a Praça Ângelo Piazera, junto ao Calçadão da Marechal Deodoro, que abre espaço para artesãos, agricultores familiares, eventos culturais e de utilidade pública.


Por todo o Centro, há estabelecimentos de todos os segmentos para atender os mais variados tipos de público. São 12.634 empreendimentos registrados, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.


Nos últimos meses, espaços floridos passaram a dar mais colorido ao agitado cenário urbano, assim como a iluminação e a decoração natalina. Consequentemente, a movimentação de veículos e pedestres tem aumentado ainda mais, fato comprovado pela reportagem do O Correio do Povo.


E é justamente por causa do aumento no fluxo de pessoas e de veículos que problemas como engarrafamentos e calçadas esburacadas se evidenciam. Enquanto os moradores cobram soluções para os problemas, a administração municipal refuta as críticas e garante que busca viabilizar projetos, como a ponte/viaduto sobre o rio Itapocu, que faria ligação entre a Celesc e a Scar (Sociedade Cultura Artística).
 

Moradores cobram segurança, novo terminal e iluminação


A artista plástica Valdete Hinnig, que habitualmente freqüenta a academia ao ar livre localizada ao lado da Câmara de Vereadores, moradora do bairro há mais de duas décadas, procura usufruir ao máximo a infraestrutura que o Centro oferece. “Sempre que posso, duas a três vezes por semana, venho com meu marido para me exercitar aqui. Foi muito bom terem instalado essa academia ao ar livre”, comemora. “Só acho que deveriam ter estagiários de Educação Física para orientar os exercícios, pelo menos pela manhã e no final da tarde”, sugere Valdete.


Para ela, um dos fatores que precisam ser combatidos é a falta de segurança para quem transita a pé pela cidade no horário noturno, especialmente na ciclovia, nos fundos da Praça Ângelo Piazera. As pessoas bebem, vomitam, consomem drogas, e no dia seguinte, o mau cheiro é insuportável”, observa.


O marido de Valdete, o funcionário público Paulo Hinnig, defende que o terminal urbano de ônibus deveria sair da rua Getúlio Vargas, por não comportar mais o número de usuários. “A cidade cresceu, e o Mercado Municipal deveria ser ampliado, ter um barzinho com som ao vivo, para um happy hour. Isso manteria o pessoal aqui”, opina Paulo Hinnig.


O promoter aposentado César Silva, 58 anos, que atuou por 35 anos na noite jaraguaense, desde sempre vive no bairro e conhece bem suas vantagens e mazelas. Para ele, a infraestrutura disponibilizada é o ponto forte. “A conveniência de estar perto de tudo, com toda a infraestrutura urbana. O lado negativo é justamente a aglomeração e o perigo de transitar à noite, pela ‘cracolândia’ atrás do terminal urbano e nos fundos da Câmara de Vereadores e do Museu Weg”. Para ele, “a iluminação pública é fraca e falta segurança no Centro”. Outro fator é o mau estado das calçadas: “Caminho muito, até por ser cardíaco, e as calçadas poderiam ser melhores”.


Para a secretária e estudante Gisele Martins, 21 anos, que trabalha e sempre morou no Centro, a infraestrutura oferecida aos moradores e visitantes é o fator que mais agrada. “Aqui é bom de morar, tem tudo perto, mercado, comércio, shopping. Gosto porque é um bairro tranquilo. Cresci aqui e não penso em mudar de bairro”, assegura.


Apesar de enaltecer as vantagens de se morar no Centro, Gisele reconhece que muitas ruas são intransitáveis e mal iluminadas. “Precisaria de mais rondas policiais.”


Prefeitura projeta ponte e refuta críticas


O secretário municipal de Planejamento Urbano, Aristides Panstein, confirma que um dos projetos da atual administração que visa desafogar o trânsito do Centro é a ponte/viaduto prevista para fazer a ligação entre as ruas Presidente Epitácio Pessoa e Jorge Czerniewicz, das proximidades da Celesc até a Scar (Sociedade Cultura Artística). O projeto foi apresentado na Acijs (Associação Empresarial de Jaraguá do Sul) em 2010. “A previsão é que essa ponte seja iniciada em 2012. Vamos pelo menos iniciar. A prefeita (Cecília Konell) quer. Agora vai depender dos recursos”, resume.


Sobre a reclamação de que as ruas do Centro são mal iluminadas, Panstein se defende, dizendo que “todas as ruas do Centro têm lâmpadas de 250 watts”. Esclarece que a área da Câmara Municipal, onde estão os trilhos do trem, não é uma via e, portanto, não prevê iluminação pública.


Outra reclamação constante entre os pedestres que percorrem as calçadas esburacadas do Centro é a falta de manutenção das vias. Alcides Panstein lembra que providenciar o calçamento e manter a calçada transitável é responsabilidade do proprietário, mas reconhece que cabe ao poder público municipal cobrar a execução. Ele próprio estima que metade das ruas centrais estão avariadas, em mau estado de conservação ou fora das normas exigidas. “Estamos notificando os proprietários sobre essas calçadas, e os que não atendem às exigências, encaminhamos para a Secretaria Municipal da Fazenda. Se não providenciarem, poderemos dobrar o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano)”, assegura o secretário Alcides Panstein.


Dentre as outras obras previstas pela administração no Centro estão a contenção da encosta da rua João Batista Rudolf e manutenção da pavimentação asfáltica. “A operação tapa-buracos é contínua. Basta ligar para a Ouvidoria, pelo 156, que o pessoal anota os locais e vai providenciando”, afirma o diretor de Serviços Públicos da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, Odimir Lescowicz.


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS


Área de 3.182.367.65 metros quadrados

Mais de 80 ruas

12.634 empreendimentos registrados

Bairro mais urbanizado da cidade

Cresceu no entorno da antiga Estação Ferroviária

Sedia três museus: Histórico Emílio da Silva, do Expedicionário e Weg

Dois shoppings: Breithaupt e Fall

Grande confluência de veículos e pedestres


PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES


Ponte para desafogar o trânsito

Fiscalização eficaz das calçadas

Recapeamento asfáltico em vias avariadas

Mais segurança


OBRAS E PROJETOS DA ADMINISTRAÇÃO


Ponte para desafogar o trânsito

Recapeamento asfáltico da rua Marina Frutuoso (concluído)

Operação “Tapa-buraco”

Projeto de contenção da encosta na rua João Baptista Rudolf

Aumento de 100% do IPTU dos moradores que descuidam das calçadas


HABITANTES


2000 – 8.361

2007 – 9.448

2010 – 9.498


CURIOSIDADES HISTÓRICAS


A primeira tentativa de colonização da atual área central foi em 1876, quando Emílio Carlos Jourdan arrendou da princesa Isabel, filha do dom Pedro II, 430 hectares de terras para se estabelecer com um engenho de açúcar.


Estas terras começavam na confluência dos rios Itapocu e Jaraguá e estendiam-se até o ribeirão Joaquim Francisco de Paulo. Jourdan construiu o seu “Estabelecimento Jaraguá” um pouco abaixo da atual ponte Olavo Marquardt.


A dificuldade para se locomover a outros centros, como São Francisco do Sul e Joinville, assim como as dificuldades financeiras e a oposição política fizeram com que Emílio Jourdan desistisse do empreendimento.


Enquanto na margem direita do rio Itapocu a colonização prosperava, na margem esquerda, terras dotais da princesa Isabel, a mata voltava a tomar conta. Com a Proclamação da República, estas terras passam para as mãos do Estado.


Na Revolução Federalista, em 1893, Jourdan se posiciona ao lado do então presidente da República, Marechal Floriano Peixoto, e adquire força política para retornar ao Jaraguá. Em 1895, Jourdan adquire 10 mil hectares de terras para implantar a “Colônia Jaraguá”, iniciando a colonização da área situada entre os rios Itapocu e Jaraguá, que se estende até o rio Pedra de Amolar.


O loteamento foi feito prevendo um núcleo urbano. Inicialmente se desenvolveu nos eixos das atuais Marechal Floriano Peixoto e Marechal Deodoro da Fonseca (na época, caminho Joinville–Blumenau), Presidente Epitácio Pessoa e Coronel Procópio Gomes de Oliveira.


Com a implantação da ferrovia, em 1910, a área compreendida entre as ruas Epitácio Pessoa e Getúlio Vargas teve o processo de urbanização acelerado. O entorno da antiga estação ferroviária hoje integra o Centro Histórico de Jaraguá do Sul.


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