Próxima edição do Velo-City, maior evento mundial sobre bicicletas na cidade, será realizado no Rio de Janeiro. Ambiente, saúde, mobilidade e negócios milionários estão na pauta do evento, em 2018.
Para quem acha que bicicleta é brinquedo, semana passada milhares de empresários, agentes de governo e ativistas reuniram-se na Holanda para o Velo-City, encontro mundial que discute a difusão do uso da bicicleta como transporte urbano de pessoas e cargas. Foram centenas de horas de apresentações versando sobre meio ambiente, saúde, engenharia, urbanismo, ativismo, políticas públicas, educação, esportes e negócios, além de festas e passeios ciclísticos pelas rotas holandesas de Arnhem-Nijmegen, sede do evento.
Entre os participantes, uma delegação brasileira, com destaque para a professora catarinense Ana Destri, que levou à Holanda seu projeto Bicicleta na Escola, uma iniciativa que nasceu de forma tímida, e em pouco mais de três anos já foi copiada por várias cidades brasileiras. Presentes também o secretário de Mobilidade e Transportes de São Paulo, Sérgio Avelleda, e Marcelo Crivela, prefeito do Rio de Janeiro, sede do próximo Velo-City. Não à toa, a solenidade de encerramento terminou com samba.
Negócios (e empregos) envolvendo bicicletas estão pipocando pelo mundo inteiro numa velocidade surpreendente. A China, que já foi o país mais pedalante do mundo, nos tempos de Mao Tsé Tung, é hoje o maior produtor de componentes para bicicletas, de todos os tipos e preços. Vive-se lá agora uma febre de negócios de bike-share, com várias empresas lançando-se em cidades do país e até fora, como a startup Mobike que acaba de chegar a Fujuoka, no Japão. Há também notícias sobre o fechamento de algumas empresas que pedalaram muito rápido, perderam o controle sobre suas bicicletas e encerraram atividades em menos de seis meses. Talvez seja uma bolha de bike-share, mas aprende-se também com os erros.
Modelos de compartilhamento de bicicletas ocupam também as ruas de Kuala Lumpur, na Malásia, de onde trouxemos uma entrevista com Jeffrey Lim, articulador de um mapeamento de ciclorrotas e consultor da prefeitura local. Jeffrey esteve em São Paulo durante o Bicicultura 2016 e também testou nossas ciclofaixas, ciclovias e ciclofinas :-)
A propósito, dias atrás a empresa Tembici e o Itaú apresentaram as novidades que serão trazidas para os sistemas de bicicletas compartilhadas existentes nas cidades brasileiras. Serão novas estações e bicicletas, com tecnologia canadense, da PBSC Urban Solutions.
A destacar ainda, a aprovação do projeto de lei do Programa Bicicleta Brasil (PBB), proposta para estimular e financiar o uso de bikes em municípios com mais de 20 mil habitantes. O Projeto de Lei 6474/09 segue agora para análise do Senado.
E para não ficar apenas no tema das magrelas, nossa blogueira Raquel Paoliello, do Acessibilidade sobre Rodas, fala sobre os novos “ubers” especiais, com carros preparados para receber idosos, pessoas com deficiência e qualquer pessoa com mobilidade reduzida. Breve no Brasil.
Por fim, um lembrete: a bicicleta também pode ser um brinquedo.
Marcos de Sousa
Editor do Mobilize Brasil
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