Indicador avalia o ritmo de implantação dos transportes nas cidades

Ferramenta do ITDP permite verificar se a infraestrutura no país condiz com o crescimento demográfico nas áreas urbanas, e comparar o desempenho entre diferentes países

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Fonte: ITDP Brasil/ Archdaily  |  Autor: ITDP Brasil/ Archdaily  |  Postado em: 21 de junho de 2017

Gráfico do ITDP Brasil mostra proximidade entre mo

Gráfico do ITDP Brasil mostra proximidade entre modais

créditos: Imagem © ITDP Brasil

 

Ao longo dos anos, diversos fatores colocaram a mobilidade urbana como tema central para os diferentes níveis de governo em todo o país. Mas a implementação de diversos projetos de infraestrutura e a promulgação de leis, que trouxeram avanços significativos, não geraram, na mesma medida, dados objetivos que permitam avaliar como os esforços realizados contribuíram para a resolução dos principais desafios de mobilidade nas cidades. 

 

Para preencher esta lacuna - a carência de consolidação periódica de resultados de indicadores para monitorar e avaliar as condições de mobilidade urbana no nível municipal, metropolitano e nacional - o ITDP Brasil, em associação com diferentes níveis de governo e organizações da sociedade civil, vem propondo novos indicadores e métricas. Um deles é o Indicador de transporte de média e alta capacidade por residente, ou RTR (da sigla em inglês para Rapid Transit to Resident). 

 

Imagem: ITDP Brasil

 

O RTR é calculado pela razão entre a extensão total da rede de transporte de média e alta capacidade e a população em aglomerações urbanas com mais de 500.000 habitantes, expresso em quilômetros existentes para cada um milhão de habitantes. 

 

Este indicador permite avaliar se o ritmo de crescimento da infraestrutura em escala nacional condiz com o crescimento demográfico nas áreas urbanas, bem como comparar o desempenho entre diferentes países.

 

O RTR do Brasil aponta que entre 2001 a 2016 o país avançou no desenvolvimento de políticas públicas para o setor e aumentou de forma considerável os investimentos para promoção de padrões de mobilidade urbana mais sustentáveis. No entanto, a rede de transporte existente ainda é insuficiente quando comparada ao passivo acumulado nas últimas décadas e às necessidades da população urbana no país.

 

Imagem: ITDP Brasil


RTR

Em 2016 o Brasil dispôs de 10,9 km de transporte de média e alta capacidade para cada um milhão de residentes urbanos. Embora seja um avanço em relação aos 8,8 km/milhão de habitantes existentes em 1980, ainda é um acréscimo ínfimo considerando a taxa de urbanização no mesmo período. Além disso, está significativamente abaixo de países como a Colômbia e a Indonésia, que apesar de terem valores inferiores de PIB per capita, conseguiram alcançar um aumento expressivo em seu RTR nos últimos anos. 

 

O RTR da França – 30,2 – é muito superior a todos os outros países, incluindo o dos EUA, 8,8 (veja o gráfico abaixo). Isso indica que os cidadãos das cidades francesas possuem maior facilidade para acessar os sistemas de transporte público e as oportunidades de trabalho, educação, cultura e lazer do que os cidadãos americanos, por exemplo.

 

Diversas cidades têm enfrentado dificuldades para expandir suas redes de transporte de média e alta capacidade em escala e ritmo que atendam ao crescimento das populações urbanas, ao desenvolvimento econômico e aos impactos das mudanças climáticas. 

 

Imagem: ITDP Brasil

 

Para aprofundar o conhecimento sobre alternativas que respondam a estes desafios, o ITDP realizou um amplo estudo global em nove países e um estudo específico para o Brasil

 

A partir dos resultados desses trabalhos, é possível afirmar que os países que expandem suas redes de transporte de média e alta capacidade mais rapidamente possuem uma combinação de alto grau de investimentos per capita em infraestrutura com boa relação custo-efetividade, boa oferta de instrumentos de financiamento por meio de dívida e alta capacidade técnica e institucional para planejamento e gestão.

 

Leia também:

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Mobilidade Urbana 2ª Edição - SIPS / IPEA

Caderno Técnico para Projetos de Mobilidade Urbana

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