Nesta quinta-feira (8), uma apresentação à imprensa na capital paulista trouxe detalhes da mudança que vem sendo preparada e que promete renovar o sistema de bicicletas compartilhadas em cinco cidades do país: Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, todas com patrocínio do banco Itaú.
As bicicletas atuais serão substítuídas por modelos com tecnologia canadense (PBSC Urban Solutions). São mais leves e resistentes, afirmam os técnicos da tembici, a nova operadora do sistema. E há inovações também nas estações, que passam a ser alimentadas por painéis de energia solar.
Problema enfrentado por todos os que usam o sistema, o engate e desengate das bicicletas deve ficar bem mais fácil a partir de agora. Também para usar o serviço, o usuário terá mais opções: pode optar por cartão de crédito, passe (bilhete específico do serviço) e o bilhete único, este último no caso das cidades que adotam o cartão do transporte.
Modelo de estação e bicicleta na apresentação realizada em São Paulo
Bicicletários de bikes públicas
A distribuição das estações pelas áreas da cidade também está sendo reavaliada. Para Tomás Martins, diretor da tembici., a tendência é que no redesenho do sistema seja feito um maior adensamento das estações, tendo em conta os locais onde o uso das bicicletas é mais ou menos intensivo, para permitir otimizar mais o atendimento.
Para permitir aos que se deslocam de pontos distantes da cidade não terem de fazer longos trajetos pedalando até por exemplo a região central, tendo de atravessar por trechos com infraestrutura precária e menor segurança, no planejamento que está sendo feito a integração modal da bicicleta com o transporte público é a solução que pretende-se equacionar.
Para esse morador da periferia, os operadores da tembici. propõem uma solução inovadora, que trouxeram da experiência vista na Cidade do México. A novidade são os bicicletários exclusivos do serviço de bike-sharing. São pontos para guardar as bicicletas do sistema, e que deverão ser instalados em bairros periféricos se possível em todas as regiões da cidade, revelou o diretor da tembici. "Estamos estudando e vamos oferecer essa solução ao poder público. O usuário pega emprestado uma bicicleta e pode levá-la para casa, ficar 12 horas com o veículo, e devolvê-la de manhã no bicicletário. Em seguida, ele pode ir de transporte público até o centro. Lá, ele ainda tem a opção de emprestar outra bicicleta para ir ao local de trabalho", explicou Martins.
Quando será feita a mudança?
Na apresentação de hoje, as cidades de Recife e Porto Alegre foram citadas como as que têm mais chance de rapidamente receberem as adaptações ao novo sistema. Mas segundo Luciana Nicola, superintendente de Relações Governamentais e Institucionais do Itaú Unibanco, ainda não é possível falar em prazo, já que o processo envolve conversas em andamento com o poder público de cada localidade.
Ainda assim, a expectativa é de que a substituição para o novo sistema de bicicletas públicas compartilhadas não demore a virar realidade: "As negociações com as prefeituras, que incluem discussão de diferentes contratos, estão bem adiantadas. Talvez em 2018 já tenhamos cidades operando o novo serviço. É o que estamos torcendo", concluiu Nicola.
Principais mudanças
Na bicicleta:
– Pneus com bandas refletivas aro 24
– Geometria inclusiva, permitindo uso por pessoas de todas estaturas
– Canote regulável com grande variação de altura
– Sistema de freios rollerbrake
– Cambio Shimano Nexus com três velocidades
– Iluminação dianteira e traseira acionada por dínamo
– Cesto adaptável para qualquer tamanho de bagagem
– Tecnologia antifurto
– Pára-lamas dianteiro e traseiro
– Proteção de corrente para evitar sujar as roupas do ciclista
Nas estações:
– Layout com menor poluição visual
– Abastecimento por painéis solares (preparados para um futuro uso de bikes elétricas)
– Média de 20 vagas por estação
– Vagas modulares sem necessidade de fixação ao solo
– Tótem com interface de pagamento digital e comunicação wifi
No aplicativo:
– Permite ao ciclista planejar o passeio, pagar e desbloquear a bicicleta com código gerado pelo app
– Encontrar estações próximas manualmente ou por GPS
– Leitura de bicicletas e vagas disponíveis em cada estação
– Marcar estações favoritas
– Encontra rotas com informações de distância e elevação
– Registrar as viagens com GPS
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