Conheça a nova lei do Estatuto do Pedestre de S.Paulo

Prefeito Doria promete sancionar lei amanhã(9). Norma fixa regras para sinalização, multas e define fontes de recursos para obras que melhorem a caminhabilidade

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa / Mobilize Brasil  |  Postado em: 08 de junho de 2017

Estatuto do pedestres

Estatuto: enfim a merecida prioridade?

créditos: Reprodução https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=


Aprovado ontem (7) pela Câmara Municipal de São Paulo, o Estatuto do Pedestre  segue agora para sanção do prefeito João Doria. O texto do  PL 617/2011, de autoria de José Police Neto (PSD) e outros vereadores, faz com que 1/3 das receitas vindas do Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano), operações urbanas e concessões urbanísticas, priorizem as viagens a pé. Hoje (8) à tarde, o prefeito João Doria declarou à imprensa que vai sancionar a lei ainda nesta sexta-feira (9).

O projeto de lei foi elaborado com base na Pesquisa de Mobilidade da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), apresentada em 2012, que mostrou que 31% das viagens urbans em São Paulo são feitas a pé. O texto também recebeu contribuições importantes de especialistas e organizações sociais que representam a sociedade. "O projeto já havia passado pelas comissões do Legislativo, mas após uma apresentação na Comissão de Mobilidade a Pé da ANTP notamos que havia uma série de incoerências, que acabariam gerando mais penalidades do que ganhos para os pedestres", lembra a arquiteta Meli Malatesta, do blog Pé de Igualdade.

 

Um dos pontos era a falta de definição de fontes de recursos para as obras e outras intervenções necessárias, o que foi resolvido com a proposta de utilizar parte do Fundurb. Outro ponto polêmico, porém muito importante, é a redefinição dos tempos semafóricos para a travessia das ruas. "De forma geral, os semáforos privilegiam a fluidez do tráfego motorizado. O pedestre espera 2, 3 até 5 minutos e quando o sinal abre, o verde dura 3 segundos e já entra no vermelho piscante. Isso praticamente impede as pessoas mais idosas de atravessar a rua", comenta Meli.

 

O grupo também incluiu no projeto a necessidade da sinalização de orientação voltada aos pedestres, de forma que quem caminhe possa saber onde está e quais os pontos de interesse próximo, assim como as rotas para outras áreas da cidade. Essa demanda foi apontada em 2014 pelo Mobilize Brasil, quando realizou a Campanha Sinalize! (veja mais).


A norma também fixa multas de R$ 500/dia para concessionárias que façam obras em calçadas sem realizar a necessária correção do pavimento. Há ainda recomendações para a criação de um sistema de informações sobre mobilidade a pé, reunindo dados estatísticos sobre circulação, fluxos e acidentes envolvendo pedestres. O texto completo do Estatuto, tal como aprovado, está reproduzido abaixo.

 

Banheiros públicos
Além do Estatuto do Pedestres, a Câmara paulistana aprovou ontem também o projeto de lei  PL 185/2016, que cria novas condições para a reimplantação de banheiros públicos na cidade. Esses equipamentos existiam até os anos 1970, mas foram eliminados por falta de manutenção. A proposta aprovada permite que concessionárias construam os banheiros, explorem a publicidade, e cobrem no máximo 40% de uma tarifa do transporte público (R$ 1,52) para que o cidadão possa fazer suas necessidades fisiológicas. Banheiros são instalações importantes de apoio para quem circula a pé pelas cidades, sejam eles moradores ou turistas. Como o estatuto, o texto ainda depende da sanção do Executivo.

 

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