Uma ferrovia desativada entre três cidades da região Sul Fluminense - Barra Mansa, Rio Claro e Angra dos Reis - deverá ser transformada em uma importante ciclovia, com pouco mais de 108 km que atravessa uma área rica em biodiversidade.
A decisão de construir a CicloAtlântica, como se chama o projeto, foi oficializada na última segunda-feira (22) durante encontro em Brasília dos prefeitos Rodrigo Drable, Fernando Jordão e José Osmar com o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), Charles Magno Moreira, e com os dirigentes da Valor da Logística Integrada - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. (VLI-FCA).
Turismo
O projeto ganhou força depois que os três prefeitos se uniram para a criação do Consórcio Intermunicipal da Ciclovia do Atlântico, que envolve o desenvolvimento econômico, fomento ao turismo e preservação de um dos trechos mais importantes do bioma Mata Atlântica, entre os três municípios.
O DNIT iniciou as negociações com a concessionária VLI-FCA, que detém a exploração do trecho, para que seja feita a devolução da área, que já não é utilizada desde o início dos anos 1990. Os próximos passos serão dados a partir da transmissão patrimonial, pela Secretaria de Patrimônio da União, aos municípios do consórcio.
Em anos anteriores, já houve tentativas de transformar a ferrovia desativada para outros usos: uma nova rota de cargas e passageiros e, até mesmo, uma rodovia que servisse de alternativa à RJ-155.
Mais recentemente, porém, os prefeitos passaram a defender o uso da antiga via férrea para a implantação de um modal de transporte sustentável - a ciclovia -, com potencial para geração de emprego e renda, fomento ao turismo, infraestrutura hospedeira e de alimentação.
Um dos idealizadores do projeto, o prefeito de Barra Mansa Rodrigo Drable, que também é ciclista, justificou a escolha: “Temos que buscar soluções práticas, modernas e que tragam resultados econômicos para a região e para o Estado do Rio. O ciclismo é o esporte que mais cresce no Brasil e não podemos perder esta oportunidade de atrair turistas de várias partes do país e do mundo”, concluiu Drable.
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