Os processos licitatórios das obras do BRT Sul em Brasília (custeada com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento) e de realização dos serviços urbanísticos no entorno do estádio Mané Garrincha foram denunciados como irregulares no dia de ontem (23) pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região.
A denúncia foi feita durante a autorização da prisão temporária de dois ex-governadores do Distrito Federal, José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, além do ex-vice de Agnelo, Tadeu Fillipelli, e de mais seis pessoas, por supostas irregularidades nas obras de reconstrução do Estádio Mané Garrincha, um dos palcos da Copa do Mundo de 2014.
“Existem inúmeros outros elementos probatórios de que as irregularidades são mais amplas […], pois, no mesmo [período], ao menos outros dois procedimentos licitatórios e contratos de obras e serviços foram executados na capital federal, com a participação direta ou indireta das mesmas empreiteiras, além de outras”, apontou o juiz, referindo-se às obras do BRT Sul. Conhecido como Expresso DF, o BRT Sul é um corredor exclusivo de ônibus que liga Gama e Santa Maria ao Plano Piloto.
“É quase o mesmo grupo criminoso dividido, segundo o MPF, em núcleo econômico [em cujo centro está a Construtora Andrade Gutierrez]; núcleo administrativo [gestores públicos]; núcleo financeiro operacional [receptores, atravessadores e operadores das supostas propinas] e núcleo político”, mencionou o juiz.
Às autoridades, os executivos contaram que a licitação foi forjada para que o consórcio Via Engenharia & Andrade Gutierrez fosse escolhido para executar a obra. Em contrapartida, as empresas teriam pago propina para o então governador, José Roberto Arruda, para seu sucessor, Agnelo Queiroz, e seu vice, Tadeu Fillipelli.
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