Em Porto Alegre, ciclistas saem às ruas com Respeitômetros

Veja como foi o Dia de mobilização e alerta para a distância mínima para passar ciclistas,organizado pelo Detran-RS

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Fonte: Detran-RS  |  Autor: Detran-RS  |  Postado em: 10 de março de 2017

Em Porto Alegre, ciclistas saem às ruas com Respei

Campanha destaca a distância de ultrapassagem: 1,5 metro

créditos: Fotos: Douglas Mafra/Detran-RS


Um metro e meio. Para mostrar, na prática, o que representa essa medida, Detran/RS, Mobicidade, Associação de Ciclistas de Porto Alegre (ACPA) e Laboratório de Políticas Publicas e Sociais (Lappus) realizaram uma ação nesta quinta-feira (9) em Porto Alegre utilizando um artefato apelidado como Respeitômetro.   

Acoplada à bicicleta, a estrutura marca em sua lateral a distância prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro para passar o ciclista no trânsito. Usuários de bicicleta e autoridades circularam pela av. Wenceslau Escobar, nesta manhã, surpreendendo os motoristas que trafegavam no local. No Dia de Mobilização pela Segurança dos Ciclistas, diversas outras estratégias foram utilizadas para passar a noção do que significa um metro e meio. O convite para a imprensa acompanhava uma fita métrica e motoristas que paravam no sinal receberam um folder dobrável com a medida do respeito. 

A ideia surgiu do Grupo de Trabalho que, desde junho de 2015, estuda políticas de incentivo ao uso da bicicleta e para a segurança de ciclistas em todo o Estado. O GT mapeou os principais problemas enfrentados no dia a dia e desenvolveu a campanha para informar o público sobre os principais conceitos da legislação relacionada às bicicletas no trânsito. “Concluímos que falta a muitos motoristas a consciência de que a bicicleta é um veículo e que seu espaço nas ruas junto com carros, ônibus e motos é garantido por lei”, explica Laís Silveira, coordenadora do GT. O lançamento em Porto Alegre marca o início de uma campanha de mobilização que pretende se estender também para outros municípios do Estado. 
 


 

Para Pablo Weiss, da Associação de Ciclistas de Porto Alegre (ACPA), nenhum acidente com ciclista ocorreria se fosse respeitada a distância mínima. “Se pudéssemos escolher um artigo do CTB que faria diferença na vida do ciclista seria o 201, que prevê 1,5m para passar pelo ciclista”.  José Antonio Martinez, da Mobicidade, lembrou que essa distância é adotado no mundo inteiro e muitas campanhas vem alertando os motoristas nesse sentido. 

Representando o Lappus, Beto Flach ressaltou que quem troca o carro pela bicicleta está promovendo um bem social, em benefício do planeta. “Precisamos dar melhores condições para que nossos netos possam optar pela bicicleta como meio de transporte”. Ildo Mário Szinvelski, diretor-geral do Detran/RS, declarou: "O ciclista não pode mais ser visto como um intruso, e sim como mais um partícipe do trânsito: "vocês, ciclistas, estão fazendo história, uma história de construção de um trânsito mais humano".   


Mais ciclistas e menos mortes
Fenômeno já verificado no dia a dia, o crescimento do número de adeptos da bicicleta como meio de transporte nas grandes cidades foi comprovado por uma pesquisa inédita realizada pelo Observatório das Metrópoles e Prourb/UFRJ, em parceria com nove organizações que atuam pela promoção da bicicleta em diversas regiões do país (incluindo a Mobicidade, em Porto Alegre). 

 

 

A Pesquisa Nacional sobre o Perfil do Ciclista Brasileiro, que ouviu 5012 pessoas em dez cidades brasileiras, identificou que 66,9% dos ciclistas porto-alegrenses havia adotado a bicicleta como meio de transporte nos últimos cinco anos (a pesquisa é de 2015). O percentual é maior que a média nacional de 61,8%. 

Segundo a pesquisa, 62,9% dos ciclistas porto-alegrenses utiliza a bicicleta cinco ou mais dias por semana e somente 20% utiliza a bicicleta combinada com outros meios de transporte em seus deslocamentos. Para 37,1% dos entrevistados, a principal motivação para começar a pedalar foi a praticidade e rapidez, seguido de cuidados com a saúde (31,7%) e custo (20,1%). 

Entre os principais problemas enfrentados pelos ciclistas, a falta de respeito dos condutores de veículos motorizados ocupa o topo do ranking, com 33,5% das citações. Também preocupam os ciclistas, a falta de segurança no trânsito (28,1%) e a falta de infraestrutura. Este último item foi apontado também como obstáculo para maior frequência de uso: 46,9% afirmaram que mais infraestrutura cicloviária os faria pedalar mais.
 


Acidentalidade
Apesar do aumento do número de usuários e da frequência de uso, o número de mortes de ciclistas vem caindo ao longo do tempo, tanto no Rio Grande do Sul como em Porto Alegre. Analisando-se a série histórica de 2007 a 2016 no Estado, o registro de mortes foi reduzido ano a ano, havendo revés somente em 2012 e 2014.  De 178 mortes em 2007, passamos a 88 em 2016, uma redução de 50,6% em relação ao primeiro ano da série. Os ciclistas, que eram 9,7% do total das vítimas no trânsito em 2007, representaram 5,2% em 2016. 

Em Porto Alegre, o número de mortes entre ciclistas também vem caindo ao longo do tempo, passando de nove em 2007 para quatro em 2016. A Capital também reduziu o número de feridos em bikes. De 408 em 2007, passou para 161 em 2016. A variação do total de acidentes que vitimaram ciclistas foi de 40% no período.
 

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