Demorou, mas enfim o consórcio Move São Paulo deve passar para outras empresas. Responsável pela obra da Linha 6-Laranja, a primeira PPP plena do setor, o consórcio suspendeu os trabalhos desde o dia 5 de setembro do ano passado. A razão é que parte de seus sócios está envolvida na operação Lava Jato (Odebrecht e Queiróz Galvão) e por isso não pode mais obter financiamento a juros baixos do BNDES.
Sem dinheiro, a Move São Paulo parou a obra e o governo do estado passou meses sem tomar uma atitude prevista no contrato, preferindo tentar ajudar a empresa a encontrar uma saída. Agora, os bancos BTG e Santander estão à procura de interessados em adquirir o direito de construir e operar a Linha 6 do Metrô de São Paulo, como informa a Coluna do Broad, do Estadão. Precisando fazer caixa após perder vários negócios e ver sua receita cair drasticamente, a Odebrecht agora corre para se livrar de ativos.
Túneis
Com o aprofundamento das investigações da Lava Jato ficou claro que os atuais sócios seriam um obstáculo para a retomada das obras. O grupo que assumir a Linha 6 terá pela frente cerca de cinco anos de obras para colocar em operação uma linha com 15 km de extensão e previsão de atender mais de 600 mil passageiros por dia. O ramal liga a região da Brasilândia (zona norte) à estação São Joaquim (Liberdade), passando por várias outras linhas como a 7 e 8 da CPTM, 4 da ViaQuatro e 1 do Metrô.
A previsão até antes da interrupção era de que ficasse pronta em 2021. No momento, alguns canteiros estão até em estágio avançado, como o VSE Tietê, onde os dois tatuzões (foto) que escavarão os túneis encontram-se desmontados. A maior parte das desapropriações, principal problema da linha até então, já está resolvida.
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