Cidades Vivas: rumo a um mundo caminhável é uma surpreendente publicação da empresa de engenharia e planejamento urbano Arup que discute e aprofunda as possibilidades do andar a pé como ato transformador das cidades.
O relatório da Arup foi publicado em junho passado e sinaliza o rompimento com o velho modelo urbano baseado no uso exclusivo do automóvel: depois de quase cem anos de construção de mais e mais avenidas, túneis, viadutos e locais para estacionamento, agora as cidades mais avançadas do mundo trabalham para estimular as formas de transporte ativo, especialmente a caminhada e o uso da bicicleta.
A empresa, que tem sede em Londres, começou o estudo identificando as ações que têm sido implementadas em oitenta cidades tão diferentes como Los Angeles, onde apenas 4% de viagens são feitas em pé, e Istambul, na Turquia, onde 48% da população caminha diariamente.
O trabalho identificou cinquenta medidas permanentes ou temporárias, que têm sido adotadas em cidades, como os parklets de São Paulo, ou a política Vision-Zero, em Nova York, que procura zerar as mortes em acidentes de trânsito e a criação de pedestrianização das ruas.
O objetivo do trabalho não é simplesmente reiterar as ações já bastante conhecidas, mas demonstrar aos mais céticos o impacto positivo que a pedestrianização pode trazer para a conquista de cidades mais tranquilas, com ganhos para o ambiente urbano e seus habitantes. Como exemplo, veja o diagrama abaixo, com informações globais sobre a poluição atmosférica gerada pelo transporte.
Leia o estudo completo (em inglês)
Leia também:
Barcelona afasta carros, para ser uma cidade para pedestres
Pedestre em São Paulo sente-se inseguro e incomodado
Análise da mobilidade urbana para o pedestre